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O governo não está interessado em "medidas populistas", diz Temer

O presidente afirmou que seu governo realiza medidas populares, que serão reconhecidas futuramente

Michel Temer: a fala do presidente ocorre em um momento de intensas negociações do Planalto com a Câmara para aprovação da reforma da Previdência (Adriano Machado/Reuters)

Michel Temer: a fala do presidente ocorre em um momento de intensas negociações do Planalto com a Câmara para aprovação da reforma da Previdência (Adriano Machado/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 28 de março de 2017 às 18h06.

O presidente Michel Temer afirmou hoje (28) que o governo não está interessado em medidas populistas e sim em medidas que, se não são celebradas agora, serão reconhecidas no futuro.

"[Não estamos] interessados apenas em medidas populistas, de aplauso imediato e desastre depois. O que estamos fazendo são medidas populares, para serem reconhecidas dali em diante. Esse governo não vai desfrutar das medidas que estamos promovendo. Mas os senhores verão que o desfrute será reconhecido".

O presidente discursou na cerimônia de sanção da Lei de Revisão do Marco Regulatório da Radiodifusão.

Ele citou aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do teto dos gastos públicos e a reforma do ensino médio como exemplos de "medidas populares".

A fala do presidente ocorre em um momento de intensas negociações do Planalto com a Câmara para aprovação da reforma da Previdência, considerada essencial pelo governo para retomada do crescimento econômico.

Radiodifusão

Com a presença de representantes do setor, Temer sancionou o novo o Marco Regulatório da Radiodifusão, que atende a demandas da área.

A expectativa é de que, por meio dela, se consiga simplificar os processos de renovação e transferência de outorgas das emissoras de rádio e TV.

A nova legislação foi defendida por diversas entidades presentes na cerimônia de sanção no Palácio do Planalto.

De acordo com a Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel), o texto sancionado simplifica o processamento das renovações de outorga, tendo como "grande mérito a anistia às emissoras que perderam o prazo para ingressar com o pleito de renovação".

Para a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), a medida é considerada "uma das maiores conquistas" para o setor de radiodifusão nos últimos 50 anos.

O presidente da entidade, Paulo Tonet Camargo, disse que as alterações na legislação evitarão que a burocracia continue sendo "um entrave" para a comunicação.

"Os radiodifusores há muito esperavam a simplificação. Isso significa um avanço no rumo da desburocratização. A burocracia não pode ser um entrave para a comunicação social em tempos de novas tecnologias".

O diretor de Rádio da Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão (SET), Eduardo Cappia, destacou entre as novidades as facilidades para pedidos de renovação, bem como para os processos de transferência de outorga.

Imprensa livre

Temer elogiou o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, por participar do processo que levou à sanção da lei.

Além disso, disse que a lei colabora para a "imprensa livre no país".

O presidente ainda acrescentou que, "em um momento de imprensa livre", os jornalistas devem relatar os fatos e apontar os erros quando eles ocorrerem.

"Estou fazendo um apelo para que a realidade dos fatos seja convenientemente divulgada e quando erros se verificarem, que sejam denunciados. A crítica, muitas vezes na democracia, faz com que o governante tome o rumo adequado. A imprensa não tem que privilegiar ou não privilegiar. A imprensa tem que retratar adequadamente os fatos", afirmou Michel Temer.

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