Eduardo Cunha: "O que mais ou menos eu dei conta de fazer até agora, tô de bem com o Eduardo. Eu tô segurando as pontas com ele", disse Joesley (Luis Macedo/ Câmara dos Deputados/Agência Câmara)
Estadão Conteúdo
Publicado em 18 de maio de 2017 às 21h17.
São Paulo - "O Eduardo resolveu me fustigar", queixa-se o presidente Michel Temer ao empresário Joesley Batista, do Grupo JBS, delator da Operação Patmos, capítulo mais explosivo da Lava Jato, na gravação liberada nesta quinta-feira, 18, pelo STF.
A reclamação do presidente era dirigida ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ), preso desde outubro de 2016, já condenado pelo juiz Sérgio Moro a 15 anos e quatro meses de cadeia por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Joesley gravou toda a conversa com Temer naquela noite de 7 de março no Palácio do Jaburu.
Ele puxou o assunto Eduardo Cunha. "Eu não sei como é que tá essa relação..."
Temer lembra que a defesa do ex-deputado o arrolou como testemunha.
"O Eduardo resolveu me fustigar... O Moro indeferiu 21 perguntas dele que não tem nada a ver com a defesa dele, pra me entrutar, eu não fiz nada... Fatalidade... Ele tá aí, rapaz."
Pouco depois, no meio da conversa gravada no Palácio do Jaburu, o presidente Michel Temer aconselhou Joesley Batista, do Grupo JBS:
"Tem que manter isso, viu?", em resposta a um relato sobre o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso desde outubro na Operação Lava Jato.
"O que mais ou menos eu dei conta de fazer até agora, tô de bem com o Eduardo. Eu tô segurando as pontas com ele", disse Joesley.