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NY Times: Pobreza está assassinando policiais no Brasil

Baixos salários e plano de carreira falho são alguns dos fatores para a escalada da violência contra policiais em SP, afirma colunista do jornal americano

Policial Militar em operação em bairros da zona oeste de São Paulo no início de novembro (Marcelo Camargo/ABr)

Policial Militar em operação em bairros da zona oeste de São Paulo no início de novembro (Marcelo Camargo/ABr)

Talita Abrantes

Talita Abrantes

Publicado em 2 de dezembro de 2012 às 14h56.

São Paulo – As falhas no plano de carreira e a política de remuneração da polícia são apontadas como as principais razões para a onda de mortes de policiais no estado de São Paulo nos últimos meses. É o que afirma o pesquisador Graham Willies em artigo publicado na edição de hoje do Sunday Review, caderno dominical do jornal americano The New York Times.

“Muitos dos atuais policiais foram amigos de infância ou colegas de classe dos integrantes do crime organizado”, escreve Willies. “E, em alguns casos, ele ainda são vizinhos ou moram do outro lado da rua dos criminosos”. 

E é essa proximidade que têm colocado as vidas de muitos policiais em risco, segundo o colunista. Ele menciona que boa parte dos crimes contra policiais aconteceu nas vizinhanças da residência de onde as vítimas moravam, nas regiões mais pobres da cidade. Detalhe: enquanto eles estavam fora de serviço. 

“Enquanto cumprem seu dever, eles estão bem protegidos, mas, fora do expediente, eles não possuem nenhuma segurança”, afirma Willies – embora vivam lado a lado com muitos membros de facções criminosas como o PCC. 

“Os policiais não podem fazer jus às expectativas públicas enquanto estão preocupados em esconder suas próprias identidades”, diz. “A abordagem das políticas de segurança pública deve refletir esta realidade. Elevar salários e remover as barreiras de [crescimento] na carreira seria útil”. 

Além disso, valorizar a imagem da força policial na comunidade também pode ser eficaz, na opinião dele. “Um caminho é devolver aos policiais o respeito na própria comunidade através de serviços comunitários”, diz. 

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