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Nuvem de gafanhotos vinda da Argentina se aproxima do Brasil

Praga está presente no país desde o século 19 e causou grandes perdas às lavouras na Região Sul brasileira nas décadas de 1930 e 1940

Nuvem de gafanhotos vista da cidade argentina Córdoba: incetos voam em direção à fronteira brasileira (Governo de Córdoba/Divulgação)

Nuvem de gafanhotos vista da cidade argentina Córdoba: incetos voam em direção à fronteira brasileira (Governo de Córdoba/Divulgação)

Ligia Tuon

Ligia Tuon

Publicado em 23 de junho de 2020 às 18h47.

Última atualização em 23 de junho de 2020 às 18h58.

Uma nuvem de gafanhotos que vem da Argentina se aproxima da fronteira brasileira, alertaram nesta terça-feira, 23, autoridades dos dois países.

Os gafanhotos passam pela região de Santa Fé, a 250 quilômetros da fronteira com o Brasil, alertou a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR) e do Ministério da Agricultura, em nota emitida nesta terça-feira, 23.

Segundo o monitoramento climático que vem sendo realizado pelos especialistas argentinos, a nuvem deve seguir em direção ao Uruguai. Mesmo assim, considerando a proximidade com a região fronteiriça, autoridades regionais foram acionadas para orientar e monitorar os agricultores no estado do Rio Grande do Sul, diz a nota

O ministério da Agricultura recebeu o alerta do Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar da Argentina (Senasa). A agência argentina publicou um mapa no Twitter onde é possível ver um pedaço da Região Sul brasileira em vermelho:

 

Segundo a Coordenação-Geral de Proteção de Plantas do Mapa, da Secretaria de Defesa Agropecuária, as autoridades fitossanitárias brasileiras "estão em permanente contato com seus pares argentinos, bolivianos e paraguaios por meio do Grupo Técnico de Gafanhotos do Comitê de Sanidade Vegetal (Cosave), o que tem permitido um acompanhamento do assunto em tempo real, com o objetivo de adotar as medidas cabíveis para minimizar os efeitos de um eventual surto da praga no Brasil."

Esta praga, segundo o Ministério da Agricultura, está presente no país desde o século 19 e causou grandes perdas às lavouras de arroz na Região Sul do país nas décadas de 1930 e 1940. No entanto, desde então, tem permanecido na sua fase “isolada”, que não causa danos às lavouras, uma vez que não forma as chamadas “nuvens de gafanhotos.”

"Recentemente voltou a causar danos à agricultura na América do Sul, em sua fase gregária (formação de nuvens). Os fatores que levaram ao ressurgimento desta praga em sua fase mais agressiva, na região, estão sendo ainda avaliados pelos especialistas e podem estar relacionados a uma conjunção de fatores climáticos, como temperatura, índice pluviométrico e dinâmica dos ventos", diz.

No vídeo abaixo, é possível ver a nuvem dos insetos da espécie Schistocerca cancellata:

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