Vista aérea dos destroços de um avião que caiu com 62 pessoas a bordo em Vinhedo, estado de São Paulo, em 9 de agosto de 2024 (AFP)
Agência de notícias
Publicado em 26 de outubro de 2024 às 09h10.
Dados do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) mostram que 127 pessoas morreram em acidentes aéreos no Brasil neste ano. O número não contabiliza o acidente da tarde desta quarta-feira, no qual um avião de pequeno porte caiu no interior de São Paulo e deixou cinco mortos.
Em 2023, o Cenipa registrou 77 fatalidades. O crescimento das mortes nesse ano se deu devido a queda do voo da Voepass em Vinhedo, que matou 61 pessoas, entre passageiros e tripulantes.
Em 2024, foram registrados 136 acidentes no total, sendo 33 com fatalidades envolvidas. Há 10 anos, em 2014, o Cenipa contabilizou 175 ocorrências, sendo 38 com mortes. Um total de 83 pessoas morreram naquele ano em acidentes aéreos. O último ano com o maior número de mortes foi 2016, quando 104 pessoas morreram em 45 ocorrências distintas.
Segundo o Cenipa, as principais causas de acidentes de 2024 foram falha ou mau funcionamento do motor, excursão de pista e perda de controle.
Na última quarta-feira, um avião de pequeno porte caiu em uma região de mata na cidade de Santa Branca, no interior de São Paulo. O acidente aconteceu durante uma tempestade, e os destroços foram localizados à noite. Os cinco ocupantes da aeronave morreram.
O Embraer-121 Xingu desapareceu dos radares de monitoramento às 18h39, segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), saiu de Florianópolis, em Santa Catarina, e seguia para Belo Horizonte, em Minas Gerais.
O ano de 2023 já havia registrado o maior número de acidentes desde 2018. Foram 155 casos em 2023, um número 13% mais alto do que o de 2022 — o equivalente, em média, a um acidente aéreo a cada período de pouco mais de dois dias. A taxa de fatalidades também subiu, passando de 49 para 77 mortes.
— Não é possível dizer que há uma epidemia de acidentes aéreos. Sob um olhar ainda dependente de cada conclusão investigativa, os mais recentes não nos permitem apontar um nexo de causalidade entre eles. Cada um desses 155 casos conta uma história diferente. São eventos isolados, que não indicam que este seja um momento ruim para viajar em uma aeronave — disse Maurício Pontes, gestor de crises e investigador de acidentes aeronáuticos,
ao GLOBO no início do ano.