Médicos realizando cirurgia: atualmente, o porcentual de autorização dos familiares é de 56% (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 25 de setembro de 2014 às 10h36.
Brasília - O número de doadores efetivos de órgãos cresceu quase 90% em seis anos no Brasil, segundo dados divulgados ontem pelo Ministério da Saúde em evento de lançamento de uma campanha para incentivar a autorização da doação de órgãos de parentes que, em vida, manifestaram interesse de serem doadores. De acordo com o ministério, o número de doadores passou de 1.350 em 2008 para 2.562 em 2013, alta de 89,7%.
Atualmente, o porcentual de autorização dos familiares é de 56%, um número considerado bom para parâmetros da América Latina e deixa o Brasil à frente da Argentina (52,8%), Uruguai (52,6%) e Chile (51,1%).
Ainda assim, de acordo com a pasta, o índice pode ser ampliado. Além da campanha, o governo federal lançou um aplicativo, com interface para a rede social Facebook, que notifica familiares quando uma pessoa se declara doador de órgãos.
Aval dado por familiares chega a 56%; aplicativo lançado pelo governo vai notificar parentes quando autorização já foi concedida
Dados gerais apresentados pelo ministério mostram que o aumento no número de doadores fez com que a lista de espera para transplante registrasse uma queda de 41,7%, entre o primeiro semestre de 2008 e o mesmo período deste ano.
Ao todo, 37.736 pessoas aguardam a oportunidade de fazer a operação. Em 2008, eram 64.774 pacientes na fila.
A maior parte dos que aguardam atualmente são renais crônicos, que esperam o transplante de rim (24.687 pessoas). Em seguida, vêm pacientes que necessitam de transplante de fígado (2.063) e de rim e pâncreas (648 pacientes). Há também outros 9.758 pacientes aguardando transplante de córneas, 71 de pâncreas, 310 de coração e 199 de pulmão.
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, ressaltou o papel que o aumento no número de doadores teve na redução da fila de espera. Neste ano, a relação é de 14 doadores para cada milhão de habitantes. A meta é chegar a 19 doadores por milhão até o próximo ano.
Ainda segundo dados apresentados ontem pelo Ministério da Saúde, mais da metade das cirurgias de transplante feitas no País no primeiro semestre foi de córnea: 6,6 mil. Foram feitas ainda 965 de medula óssea e outros 3,7 mil transplantes de coração, fígado, rim, pâncreas, rim e pâncreas e pulmão.
Somente no primeiro semestre deste ano, o País realizou 11,4 mil transplantes. O lançamento da campanha e a apresentação dos dados aconteceram como parte das ações pelo Dia Nacional de Doação de Órgãos, celebrado no sábado. Colaborou, Fabiana Cambricoli.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.