São Paulo - Cientes de que a mobilização para os protestos deste domingo, 12, tinham menor volume, os grupos de oposição ao governo Dilma Rousseff e ao PT tentaram aumentar a capilaridade do movimento e atingir mais cidades pelo País que em 15 de março.
Mas a iniciativa não funcionou: em vez de 212 municípios, como no mês passado, neste domingo, 12, houve manifestações em 152 localidades de 24 Estados e no Distrito Federal, conforme levantamento do jornal O Estado de S. Paulo.
A expectativa dos movimentos era dobrar o número de cidades com protestos. O Vem Pra Rua dizia até sexta-feira ter atos previstos em 413 municípios de todas as 27 unidades da Federação e fora do País.
Na madrugada de domingo, pelo Facebook, o grupo liderado pelo empresário Rogério Chequer postou uma imagem com manifestações confirmadas em 452 cidades.
Até esta edição ser concluída, o Vem Pra Rua divulgou imagens dos protestos e agradeceu "a todos que sacrificaram o domingo de descanso para se manifestar por um Brasil melhor", mas não divulgou o número de localidades em que de fato ocorreram protestos.
Sem comparação
Também organizador das manifestações, o Movimento Brasil Livre (MBL) havia previsto protestos em 161 cidades.
Pelo Facebook, o grupo postou uma série de fotos e vídeos dos atos. O MBL diz ter promovido manifestações em 181 municípios brasileiros.
Líder do movimento, Renan Santos minimizou o fato de o protesto de ontem ter atraído menor adesão de manifestantes em comparação com o ato de 15 de março.
"Não queremos ficar disputando para fazer uma foto bonita da Avenida Paulista lotada. Nossa proposta agora é promover ações para interferir diretamente na política."
Segundo ele, o ato deve ser o último grande protesto de abrangência nacional, nos moldes dos que ocorreram ontem e em março.
Para David Martins de Carvalho, presidente estadual do Solidariedade, partido que participou dos protestos de ontem, a menor mobilização de manifestantes era esperada.
Apesar disso, a legenda voltou a coletar assinaturas para pedir o impeachment de Dilma no Congresso.
"O povo pode ficar desanimado porque, depois do 15 de março, que foi um movimento com milhões de pessoas na rua, praticamente não houve nenhuma mudança na forma de governar", disse Carvalho.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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1. Lindsey Brown, 30 anos, relações públicas
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1/13 (Priscila Yazbek/ EXAME.com)
A americana Lindsey Brown estava almoçando pela região da Avenida Paulista e resolveu acompanhar o protesto. Ela mora em Nova York e está passeando pelo Brasil. Questionada sobre o motivo da manifestação, ela respondeu: "As pessoas estão aqui para protestar sobre algo relacionado à economia e também contra a presidente, certo?".
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2. Márcia Faria, 45 anos, aeronauta
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“Estou aqui para protestar contra o governo corrupto do PT, que acabou com tudo de bom que existia neste país”, diz a aeronauta Márcia Faria. Ela afirma ser favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. “Eu sei que o Michel Temer assumiria e que o PMDB é vendido, mas dos males, esse é o menor.”
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3. Roberto Amatuzzi, coordenador do movimento Acorda Brasil
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O movimento Acorda Brasil, segundo Roberto Amatuzzi, é formado por dissidentes de outros movimentos contra o governo. "Nosso diferencial é que somos mais propositivos. Nós pedimos uma reforma política que tem três pontos principais: o voto distrital, o fim da votação obrigatória e mudanças nas regras de financiamento de campanha", diz. Ele também é a favor da saída de Dilma Rousseff, mas prefere que a presidente peça a renúncia para que não seja necessária a realização do processo de impeachment.
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4. Cristiane Nicolau, 26 anos, advogada
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4/13 (Priscila Yazbek/ EXAME.com)
A advogada e integrante do movimento XV de Março diz que sua principal motivação para o protesto é a saída dos partidos que integram o Foro de São Paulo, organização fundada por Luiz Inácio Lula da Silva e Fidel Castro em 1990, que reúne governantes de países esquerdistas da América Latina. "O PT e os outros partidos que integram o Foro de São Paulo devem sair porque nenhum partido político deve ser submisso à atividade internacional", diz Cristiane. A advogada também defende a liberdade econômica e o impeachment ou a renúncia da presidente Dilma Rousseff.
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5. Gilda Dutra, 55 anos, empresária
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Muito alegre de participar do protesto, a empresária Gilda Dutra diz que a manifestação é uma forma de dar um basta no governo. Ela defende um eventual processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. “Eu sei que se ela sair outra pessoa assumiria e viria uma cadeia de pessoas, mas essa é uma luta que traria mudanças”, afirma.
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6. Paulo Cruz, 39 anos, professor
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Questionado sobre o que o trouxe ao protesto, o professor Paulo Cruz é enfático: “Estou aqui para pedir a saída de Dilma. Sei que o Michel Temer assumiria e só se ele for impedido teríamos outras eleições, mas certamente essa é uma via melhor”, afirma.
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7. Gabrielli Ruggi, 63 anos, empresário
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No carro de som do Movimento Brasil Livre, o empresário Gabrielli Ruggi afirma que não votou em Dilma Rousseff nas eleições passadas. Ele diz que é a favor do impeachment, apesar de ressaltar que não o agrada a possibilidade de o vice-presidente Michel Temer assumir a presidência. “Eu sei que não muda nada. Para mim, o certo seria ter um terceiro turno.”
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8. Toninho Billask, 48 anos, ator e líder comunitário
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O líder do movimento Centro de Apoio Social e Assistencial (C.A.S.A.), que atua no bairro de Itaquera, em São Paulo, protesta pelo impeachment de Dilma Rousseff. “A saída da Dilma seria uma evolução para a comunidade. O que as pessoas na periferia mais querem é isso. O adjetivo da Dilma na periferia é decepção”.
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9. David Faiguenboim, 37 anos, empresário e Diego Faguenboim, 7 anos
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“Eu estou aqui porque quero um país melhor para meu filho, livre do PT e diferente da Venezuela”, diz o empresário David Faiguenboim. Ele diz ser a favor da saída de Dilma Rousseff do governo, sobretudo por considerar que a presidente é "mentirosa". “Eu quero um país sem a doutrinação criada pelo PT, que dividiu a sociedade entre ricos e pobres”, afirma.
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10. Fabio Sandoval, 72 anos, advogado aposentado
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Mesmo com alguma dificuldade para caminhar de sua casa à Avenida Paulista, o advogado já aposentado Fabio Sandoval fez questão de participar da manifestação porque acredita que os brasileiros devem mostrar que estão insatisfeitos com a situação do país. Ele não apoia um eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff. “Pra vir outra porcaria? Pior do que está não fica, mas acho que ela deve respeitar as vontades do povo e deve dar um basta na corrupção”, diz.
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11. Mirtila Seta, 75 anos, aposentada
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11/13 (Priscila Yazbek/ EXAME.com)
Com um cartaz em mãos, a aposentada Mirtila Seta diz que participa da manifestação por ter vergonha do Brasil. “Eu vivi na ditadura e foi mil vezes melhor. Não tinha ladrão. Eu quero a intervenção militar. Eu não queria o Temer, mas eu gostaria que o PT acabasse e a gente começasse do zero”, afirma.
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12. Emerson Portugal, 38 anos, caseiro
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12/13 (Priscila Yazbek/ EXAME.com)
O caseiro Emerson Portugal protesta contra a corrupção e pede a deposição da presidente Dilma Rousseff. "A Dilma fala que só tem colarinho branco na manifestação, mas eu sou pobre e estou aqui. Eu moro no Embu das Artes, a 30 quilômetros da maior capital do país, e não tem internet na minha casa pra minha filha estudar", diz.
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13. Veja a repercussão dos protestos no exterior
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13/13 (Agência Brasil/Tomaz Silva)