Brasília - O número de animais ameaçados de extinção no Brasil aumentou 75% entre 2003 e 2014, segundo a nova lista nacional de espécies ameaçadas, divulgada hoje pelo Ministério do Meio Ambiente. Entraram na lista 395 espécies, a maior parte de invertebrados terrestres, e 88 animais não fazem mais parte do grupo dos ameaçados de extinção, que reúne 698 espécies.
A ministra do Meio Ambiente, Isabela Teixeira, atribui o aumento ao maior número de espécies analisadas. O estudo foi realizado entre 2010 e 2014 por mais de 1,3 mil especialistas, e considerou 12.256 espécies - número 800% maior que o relatório anterior, segundo o MMA.
“Nós fizemos o maior inventário de fauna do mundo e, em algumas classes de animais, avaliamos 100% de espécies conhecidas no Brasil, o que não aconteceu antes. Quando você conhece mais, tem uma amostra maior, o número de ameaçados também sobe”, disse a ministra.
O grupo de espécies de animais que mais entram na lista foi o dos invertebrados terrestres (148), seguido pelas aves (100), répteis (62), mamíferos (55) e anfíbios (30).
Com a atualização, as aves são os animais mais ameaçados, com 234 espécies na lista. O pássaro maçarico-rasteirinho é uma das novas espécies ameaçadas e que tem um grande declínio populacional, segundo o MMA.
Outra espécie ameaçada é o macaco-prego-galego, da Mata Atlântica nordestina, que sofreu grande redução nas últimas décadas.
O ministério diz que a expansão agrícola e urbana, os grandes empreendimentos e assentamentos, a poluição, as queimadas, o desmatamento, e as espécies invasoras são fatores importantes para o aumento no risco de extinção de espécies da fauna. A lista divide os animais ameaçados em três categorias, que servem para orientar as ações nacionais de proteção: criticamente em perigo, que tem risco extremamente alto de extinção na natureza; em perigo, com risco muito alto; e vulnerável, com risco alto.
“As espécies que entraram na lista terão seus planos de conservação, todas serão hierarquizadas e todas farão parte do plano nacional de recuperação de espécie. Nossa intenção é retirá-los dessa lista. É um trabalho que casa ciência, com conservação de políticas públicas e a toma da decisão de novas políticas”, informou Isabela Teixeira.
Entre os animais que saíram da lista estão a baleia jubarte, a arara-azul-grande e o uacari, que estão, segundo o ministério, em recuperação da população. A ampliação do conhecimento sobre as espécies e o aumento populacional são fatores considerados pelos pesquisadores como determinantes para a saída de alguns grupo de animais da lista.
O Ministério do Meio Ambiente também divulgou dados relativos às espécies de plantas e peixes ameaçadas. Foram consideradas com risco de sumirem do meio ambiente 2.113 espécies de plantas - 4,8% da flora do Brasil. Dessas, 286 tem algum valor socioeconômico, como plantas medicinais e espécies madeireiras.
Oitenta e duas espécies de peixes ou invertebrados aquáticos saíram da lista dos ameaçados de extinção, e outras 325 entram na classificação, aumentando de 232 para 475 o número de espécies ameaçadas de desaparecer da natureza. O ministério diz que o principal motivo para a ameaça às espécies de peixes continentais é a perda de habitat, enquanto o fator responsável para o aumento do risco às espécies marinhas é a sobrepesca.
As listas completas podem ser acessadas no site do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
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1. Riqueza em risco
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1/11 (Montagem sobre divulgação)
São Paulo – A organização conservacionista World Wildlife Fund (WWF) divulgou esta semana o
relatório Extra Terrestrial, que compila o trabalho de cientistas na identificação de mais de 1,7 mil novas
espécies, desde 1997, na região do Grande Mekong, na Ásia, que inclui Tailândia, Camboja, Mianmar, Vietnã e Laos. Em meio a excitação das descobertas, persiste a dura realidade de que muitos desses
animais podem desaparecer por causa das pressões feitas pelo homem na área. Perda de habitat e caça ilegal para a decoração ou supostas qualidades medicinais são apenas algumas das ameaças à
biodiversidade surpreendente da região. Veja a seguir uma seleção de 9 espécies descobertas em 2011 que já estão ameaçadas.
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2. Sapo cantante (Gracixalus quangi)
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2/11 (Jodi J. L. Rowley/Australian Museu)
Um sapo de canto doce e ritmado. É assim que os cientistas descrevem a nova espécie Gracixalus quangi, descoberta nas florestas altas do Vietnã. Enquanto a maioria dos sapos machos atraem as fêmeas com um coachar repetitivo, este sapinho inova no repertório, misturando assobios, estalos e outros sons uma ordem única, que não se repete.
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3. Víbora olhos de rubi (Trimeresurus Rúbeo)
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3/11 (Víbora olhos de rubi (Trimeresurus Rúbeo))
Esta nova espécie de cobra, chamada de víbora olhos de rubi, foi descoberta nas florestas perto de Ho Chi Minh, no Vietnã. O parque nacional do país é um reduto para essa cobra, que habita uma região geográfica pequena.
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4. Morcego diabólico (Murina Beelzebub)
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4/11 (Gabor Csorba)
Entre as novas espécies de morcegos descobertos na Indochina, chama atenção o Murina Beelzebub. Segundo os cientistas, o nome diabólico deve-se ao comportamento agressivo e feroz do animal ao proteger seu território quando ameaçado.
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5. Sapo ‘yin-yang’ (Leptobrachium leucops)
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5/11 (© Jodi J. L. Rowley/Australian Museum)
Dono de olhos preto e branco únicos, o sapo “yin-yang” é uma das cinco novas espécies de anfíbios descobertos na região em 2011. Os exemplares medem entre 3,8 e 4,5 centímetros e habitam regiões de altitudes elevadas, entre 1,558-1,900 m acima do nível do mar.
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6. Boraras naevus
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6/11 (© Peter Maguire)
Boraras naevus é um novo peixe em miniatura descoberto recentemente no sul da Tailândia. Dono de cores deslumbrantes, ele mede apenas 15-20mm. Seu nome é atribuído à grande mancha que tem no corpo (do latim "nevo" significa "mancha").
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7. Cobra de duas pernas (Jarujinia bipedalis)
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7/11 (d)
Outra espécie curiosa descoberta foi a Jarujinia bipedalis, ou lagarto de duas pernas, encontrado em Suan Pung distrito, no centro da Tailândia. Trata-se da primeira espécie de cecília (cobra-cega) a ter patas dianteiras.
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8. Peixe cego (Bangana musaei)
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8/11 (© Helmut Steiner/WWF)
O Bangana musaei é um peixe cego subterrâneo da família da carpa, que mede nada mais do que 7,7 centímetros. Esta espécie foi encontrada na bacia Bangfai Xe, no Laos, 7 km abaixo da terra.
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9. Peixe caminhante (Clarias gracilentus)
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9/11 (© Ng Heok Hee)
Esta espécie de peixe vive em riachos de água doce na ilha de Phu, na província de Kien Giang. Seu nome significa “peixe-caminhante” e deriva da habilidade de usar suas nadadeiras peitorais para ficar de pé enquanto mexe a frente em movimentos de serpente sobre o solo.
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10. Python-pigmeu (Python Kyaiktiyo)
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10/11 (George Zug - National Museum of Natural History-Smithsonian/WWF)
Esta cobra de 1,5 m de comprimento foi encontrada em uma manto de folhas secas no santuário de vida selvagem Kyaiktiyo, na Birmânia. Seu habitat montanhoso é uma das áreas de maior prioridade de conservação do mundo para tigres e elefantes asiáticos. Dado o elevado valor de pythons no mercado pet internacional, a beleza e raridade dessa nova espécie a colocam em risco, segundo o WWF.
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11. Salamandra Axolotl
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11/11 (Photopin)