Domingo, 31: manifestantes protestam contra o presidente Jair Bolsonaro e sua gestão da pandemia de coronavírus, em Brasília (AFP/Reprodução)
AFP
Publicado em 31 de janeiro de 2021 às 17h53.
Centenas de pessoas protestaram mais uma vez neste domingo, 31, contra o presidente Jair Bolsonaro, com concentrações e caravanas em várias cidades do Brasil. Os manifestantes exigiam o afastamento do presidente por sua gestão da pandemia do coronavírus, que já deixou mais de 223,0000 mortos no Brasil.
Cerca de 200 pessoas se reuniram na avenida Eixo Monumental, no centro de Brasília, carregando faixas e bandeiras com mensagens como "Fora Bolsonaro" ou "Impeachment já", enquanto outras buzinavam em seus carros em apoio a partidos e organizações de esquerda.
Em uma apresentação, um grupo de manifestantes com sacolas plásticas representou pacientes de covid-19 sufocando em frente ao Congresso Nacional, em protesto contra a escassez de oxigênio que deixou dezenas de mortos no estado do Amazonas e que já afeta estados vizinhos como Pará e Roraima.
"Como resultado dessa má gestão, temos mais de 220.000 mortes por covid, chega de Bolsonaro, impeachment já", disse à AFP Ruth, uma ativista LGBT que participou da mobilização.
Outras caravanas, com motos e bicicletas incluídas, protestaram em São Paulo e na zona Sul do Rio de Janeiro, como no final de semana passado.
O sistema de saúde de Manaus entrou em colapso há duas semanas depois que o aumento dos casos de covid-19 e a falta de oxigênio nos hospitais também obrigaram a transferência de mais de 350 pacientes para outros estados.
Para alguns especialistas a crise foi causada, em parte, por uma nova variante do coronavírus - mais contagiosa - que foi detectada na Amazônia. Muitos setores, no entanto, culpam o governo por atrasar ações para evitar o colapso em um estado que já vivia o flagelo da primeira onda entre abril e maio.
O governo Bolsonaro é alvo de duras críticas por erros de gestão diante da crise sanitária e pelo atraso na vacinação, que começou há duas semanas com apenas 12,8 milhões de doses de duas vacinas (a chinesa CoronaVac e a britânica da AstraZeneca / Oxford), em um país com 212 milhões de habitantes.
O presidente também questionou a eficácia das vacinas e criticou as medidas de isolamento social, por seus efeitos econômicos, e o uso de máscaras.
Uma pesquisa recente do Instituto Datafolha revelou queda abrupta na popularidade do presidente de extrema-direita: 31% dos brasileiros consideram que ele faz um trabalho "bom" ou "muito bom".
Este número era de 37% nas pesquisas de agosto e dezembro, quando atingiu seu maior índice de aprovação.