Rostagno, da CM, quer de Mantega uma austeridade fiscal para impedir aperto monetário (Lailson Santos/EXAME)
Da Redação
Publicado em 24 de novembro de 2010 às 11h18.
São Paulo - O governo da presidente eleita Dilma Rousseff deverá ter maior alinhamento entre o Banco Central e o Ministério da Fazenda caso se confirmem os nomes que vêm sendo citados como prováveis integrantes da equipe econômica, disse Luciano Rostagno, estrategista-chefe da CM Capital Markets Ltda.
“As notícias vão ao encontro de uma maior sintonia”, disse Rostagno, em entrevista por telefone de São Paulo, sobre a possível nomeação de Alexandre Tombini para a presidência do BC, no lugar de Henrique Meirelles.
“Com Meirelles, muitas vezes o BC e Fazenda atuaram em sentido contrário”, com o governo ampliando gastos e o combate à inflação sendo feito pelo BC, por meio do aumento dos juros.
Para o estrategista da quinta maior corretora em volume financeiro na BM&FBovespa, o resultado desta maior sintonia na área econômica vai depender de como será tocada a política fiscal.
Até o momento, o novo governo não tem sinalizado o aperto fiscal que seria necessário para impedir um aumento dos juros, disse Rostagno. “Se o BC tiver autonomia e a política fiscal for frouxa, os juros vão ter de subir.”
Segundo o economista, o ideal seria a Fazenda “fazer sua parte”, promovendo uma política fiscal mais austera e diminuindo a necessidade de aperto monetário.