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Novo ensino médio deve ser implementado em 2019, diz MEC

Entre as principais mudanças no ensino estão a flexibilização curricular, a ampliação da carga horária e a formação técnica dentro das grades

Ensino Médio: o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) também vai se adequar à realidade do novo ensino médio (Ricardo Matsukawa/VEJA)

Ensino Médio: o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) também vai se adequar à realidade do novo ensino médio (Ricardo Matsukawa/VEJA)

AB

Agência Brasil

Publicado em 16 de fevereiro de 2017 às 15h43.

Última atualização em 16 de fevereiro de 2017 às 15h45.

O ministro da Educação, Mendonça Filho, disse hoje (16) que o novo ensino médio estará implementado em todo o país a partir de 2019.

"Há prazos para os estados se adequarem a essa realidade. A base [Base Nacional Comum Curricular] só estará concluída até o final de 2017. Não poderíamos exigir a implementação plena pelos estados em 2018. Então, isso será feito com mais profundidade só em 2019", disse.

A reforma do ensino médio foi sancionada na manhã de hoje pelo presidente Michel Temer. Entre as principais mudanças estão a flexibilização curricular, a ampliação da carga horária e a formação técnica dentro da grade do ensino médio.

O próximo passo a ser dado é implantar a Base Nacional Comum Curricular que, atualmente, está sendo elaborada por um comitê presidido pelo Ministério da Educação.

Segundo o ministro, o ensino médio é diferenciado em cada unidade da federação e, por isso, a implementação da reforma será discutida com os conselhos e secretarias estaduais, para que cada um faça as adequações necessárias.

"A lógica é preservar as peculiaridades e valorizar o protagonismo dos sistemas estaduais", disse Mendonça ao falar sobre a distribuição dos conteúdos da base durante os três anos do ensino médio.

Segundo a secretária-executiva do Ministério da Educação, Maria Helena Guimarães, a tendência é que o primeiro ano seja concentrado na base e que, a partir do segundo ano, as escolas comecem a flexibilizar e diversificar o currículo com os chamados itinerários formativos, em que o estudante poderá escolher entre cinco áreas de estudo: linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e formação técnica e profissional. O projeto prevê que os alunos escolham a área na qual vão se aprofundar já no início do ensino médio.

Mendonça Filho esclareceu ainda que os estados terão suporte técnico e financeiro para a implementação do novo currículo e do tempo integral.

Segundo o ministro, R$ 1,5 bilhão já foram disponibilizados para este ano e o próximo para aumentar as matrículas no ensino integral. Hoje, 6% das matrículas do ensino médio são para o ensino integral e a meta é dobrar esse número em três anos.

Protagonismo

Mendonça Filho defende que os jovens podem decidir sobre a área de conhecimento que querem aprofundar durante o ensino médio.

"Eles estarão acentuando o seu protagonismo e a área de conhecimento que já é da sua vocação, para que eles possam decidir sua trajetória. Ninguém vai fazer uma escolha definitiva sobre o curso, como faz no vestibular", disse.

"Não vamos fazer uma legislação sobre a exceção, ela tem que contemplar a maioria", disse sobre aquelas pessoas que acabam desistindo e mudando a formação profissional ao longo da vida.

Enem e indicadores

Segundo o ministro da Educação, nos próximos anos, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) também vai se adequar à realidade do novo ensino médio.

"Mas quero tranquilizar os estudantes que farão o Enem em 2017 e 2018, de que nenhuma mudança ocorrerá de forma repentina e, sim, obedecerá esse ritmo de ampliação do ensino médio. O Enem é um reflexo do aprendizado do aluno. Uma mudança mais substancial se dará a partir de 2019", disse.

Para Mendonça, a reforma do ensino médio não será responsável por uma mudança repentina e que a percepção nos indicadores educacionais do país também será gradual. Entretanto, segundo ele, as mudanças já promoverão a equidade entre os alunos de escola pública e de escolas privadas.

Segurança pública

Ao sair do evento, o presidente Michel Temer negou as especulações de que a Secretaria de Segurança Pública sairia do Ministério da Justiça e Segurança Pública para ser integrada à Presidência da República.

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