Brasil

Nova CPI da Petrobras é instalada sob tensão

A comissão será instalada em meio a uma base aliada desarticulada


	Visão geral do plenário da Câmara: dos 27 integrantes da CPI, 12 apoiaram Dilma Rousseff (PT) nas eleições presidenciais
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Visão geral do plenário da Câmara: dos 27 integrantes da CPI, 12 apoiaram Dilma Rousseff (PT) nas eleições presidenciais (Ueslei Marcelino/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de fevereiro de 2015 às 08h40.

Brasília - Em um ambiente desfavorável ao governo, a Câmara instala nesta quinta-feira, 26, a comissão parlamentar de inquérito que vai investigar o esquema de corrupção envolvendo a Petrobras.

O PT vai ocupar a relatoria da CPI, que tem uma composição relativamente equilibrada entre governistas e oposicionistas. Mas o clima entre os deputados é tenso.

A CPI será instalada em meio a uma base aliada desarticulada e na iminência dos pedidos da Procuradoria-Geral da República de investigação ou mesmo denúncias contra os parlamentares.

Levantamento feito pelo Estado aponta que, dos 27 integrantes da CPI, 12 apoiaram Dilma Rousseff (PT) nas eleições presidenciais de 2014 e nove apoiaram o senador Aécio Neves (PSDB).

Estiveram com Dilma: João Carlos Bacelar (PR-BA), Leônidas Cristino (PROS-CE), Paulo Magalhães (PSD-BA), Silas Câmara (PSD-AM), Valmir Prascidelli (PT-SP), Luiz Sérgio (PT-RJ), Afonso Florence (PT-BA), Lázaro Botelho (PP-TO), Cacá Leão (PP-BA), Hugo Motta (PMDB-PB), Celso Pansera (PMDB-RJ) e Félix Mendonça Júnior (PDT-BA ).

Aécio foi apoiado por Onyx Lorenzoni (DEM-RS), Paulo Pereira da Silva (SD-SP), André Moura (PSC-SE), Bruno Covas (PSDB-SP), Antonio Imbassahy (PSDB-BA), Júlio Delgado (PSB-MG), Otavio Leite (PSDB-RJ), Rodrigo Martins (PSB-PI), Eliziane Gama (PPS-MA) e Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP).

Dois se colocaram como independentes: Ivan Valente (PSOL-SP) e Altineu Côrtes (PR-RJ). Os deputados Edio Lopes (PMDB-RR) e Kaio Maniçoba (PHS-PE) não foram localizados. Ainda falta uma vaga a ser indicada pelo bloco do PMDB.

Mesmo quem apoiou Dilma promete postura "independente" na CPI. "Apoiei Dilma porque sou do Amazonas e o meu Estado foi contemplado com uma movimentação de governo que prorrogou o polo industrial de Manaus por 50 anos e a gente não rema contra a maré. Mas isso não quer dizer que sou governista", diz o deputado Silas Câmara (PSD-AM), um dos integrantes da CPI.

"O ambiente político de disputa é natural da democracia, do parlamento e da CPI. Há um ambiente para além da mera demarcação de posição política, (mas) há também aspectos a serem investigados no âmbito da CPI", avalia o deputado Afonso Florense (PT-BA), que também integra a comissão.

Para agravar ainda mais a situação, o Palácio do Planalto vive sua maior crise com o PMDB, segunda maior bancada da Câmara e ocupante da presidência da CPI, com o deputado Hugo Motta (PMDB-PB).

Ao contrário do ano passado, quando foi instalada uma comissão mista e o governo tinha apoio peemedebista no Senado, esta CPI acontecerá apenas na Câmara, ambiente onde a base está esfacelada.

No início da semana, no entanto, o PT fez acenos ao PMDB em busca de uma reaproximação e recebeu em troca a relatoria da comissão, que será ocupada pelo ex-ministro de Relações Institucionais do primeiro governo Dilma Rousseff, Luiz Sérgio (PT-RJ). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosCapitalização da PetrobrasEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasGás e combustíveisIndústria do petróleoPetrobrasPetróleoPolítica no Brasil

Mais de Brasil

Justiça argentina ordena prisão de 61 brasileiros investigados por atos de 8 de janeiro

Ajuste fiscal não será 'serra elétrica' em gastos, diz Padilha

G20: Argentina quer impedir menção à proposta de taxação aos super-ricos em declaração final

Aliança Global contra a Fome tem adesão de 41 países, diz ministro de Desenvolvimento Social