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Nova campanha compara reforma da Previdência a Plano Real

Governo apresenta reforma da Previdência como "uma novidade" à qual as pessoas vão se adaptar aos poucos, como o Plano Real e o cinto de segurança

Plano Real, vacina, cinto de segurança, privatização das teles e até redes sociais foram comparadas à reforma (Bruno Domingos/Reuters)

Plano Real, vacina, cinto de segurança, privatização das teles e até redes sociais foram comparadas à reforma (Bruno Domingos/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de abril de 2017 às 13h31.

Brasília - Em novas peças publicitárias do governo federal, que serão veiculadas a partir desta terça-feira, 18, nas redes sociais e também na televisão, a reforma da Previdência é apresentada como "uma novidade".

Num primeiro vídeo, a resistência às mudanças na aposentadoria é comparada a outras medidas como o uso obrigatório do cinto de segurança, vacinas e a privatização da telefonia.

"Tudo que é novo assusta, quando surgiu a vacinação teve até revolta. Hoje não dá para viver sem. Foi assim com o cinto de segurança obrigatório. E quantas vidas ele já salvou?", diz o locutor de uma das peças. "Na hora de privatizar a telefonia, muitos foram contra. Hoje todo brasileiro tem celular", completa.

A peça destaca ainda o Plano Real, e diz que, quando a "novidade" foi a nova moeda criada pelo então ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso, que depois chegou à presidência, "não faltou gente pra dizer 'não vai dar certo'. E deu".

Até mesmo o uso das redes sociais foi destacado dizendo que, quando elas surgiram, "diziam 'isso vai afastar as pessoas', e nunca tivemos tão conectados".

Ameaça

A peça diz que a mesma resistência acontece agora com a Previdência e que, sem a reforma, o País pode falir. "Muitos questionam, mas, sem ela, o Brasil pode quebrar", diz o locutor, com imagens de frases e perguntas em veículos de comunicação, como "Essa reforma por acaso ataca os direitos do povo"; "trabalhadores foram saqueados"; "um absurdo. Enchem o bolso com milhões!!"; "coisa de governo incompetente", "retrocesso nos direitos sociais".

Com imagens que mostram calendários com os anos de 1996, 2003 e 2017, o locutor da peça diz que "outros governos tentaram resolver, mas não conseguiram". "E quanto mais tempo demorar, pior vai ficar."

O Rio de Janeiro é usado como exemplo e o locutor destaca que o Estado "já não consegue pagar seus aposentados em dia". "Lá fora países pagam o preço de não ter feito as reformas necessárias. Precisamos mudar a Previdência para colocar o Brasil nos trilhos", diz o locutor no final da peça.

Defesa

No segundo vídeo que começa a ser veiculado nesta terça nas emissoras de TV e nas redes sociais, o governo federal apresenta um aposentado defendendo a reforma da Previdência e dizendo que é a favor das mudanças que estão em votação no Congresso porque "do jeito que estão as contas da Previdência, minha aposentadoria não está garantida".

No vídeo, o aposentado, sem se referir diretamente ao Estado do Rio de Janeiro que está atrasando o pagamento dos salários dos inativos, lembra que "tem Estado que está faltando dinheiro para pagar a aposentadoria da população".

E questiona: "se não tiver dinheiro, como é que vou comprar meus remédios, cuidar da minha saúde, manter minha família?". Por isso, prossegue "tem de haver reforma da previdência sim".

A peça começa com o idoso dizendo "sou a favor da reforma da Previdência" e justificando que ela é necessária "porque está em jogo a aposentadoria dos que estão aposentados e dos que estão pra se aposentar, incluindo de meus filhos e meus netos".

O aposentado encerra sua fala repetindo que "tem de haver reforma da Previdência sim". E a propaganda encerra com o slogan do governo federal: "Previdência, reformar hoje para garantir o amanhã".

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