Gilberto Carvalho: “A quem disse que perdeu a eleição para uma quadrilha, eu respondo dizendo que essa é a nossa quadrilha (os pobres)”, disse em referência a fala de Aécio Neves (Antonio Cruz/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 2 de janeiro de 2015 às 18h50.
Brasília - De saída do governo, o ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência Gilberto Carvalho fez uma defesa contundente do PT nesta sexta-feira ao dizer que não é formado por "ladrões" e reconheceu que alguns dos integrantes do partido cometeram erros, mas foram punidos.
“A quem disse que perdeu a eleição para uma quadrilha, eu quero responder dizendo que essa é a nossa quadrilha (os pobres). Para eles, pobre é quadrilha”, disse Carvalho, no discurso de despedida, em uma referência a declaração do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que perdeu as eleições para a presidente Dilma Rousseff.
O tucano afirmou em entrevista recente que foi derrotado por “uma organização criminosa”.
“Com muito orgulho quero dizer que eu pertenço a essa quadrilha e nós vamos seguir mudando esse país”, disse.
“Eu estou muito feliz porque a imensa maioria dos nossos companheiros, dos nossos ministros, dos nossos assessores trabalham aqui por amor, trabalham para servir, nós não somos ladrões”, acrescentou.
Carvalho reconheceu que alguns "tombaram" mas que não vão levar "desaforo para casa”.
“É verdade que há entre nós aqueles que tombaram e que caíram nos erros. É verdade, mas, diferentemente de antes, cada um dos nossos companheiros que cometeu erro foi punido, pagou um preço doloroso para nós”, disse.
O ministro foi chefe de gabinete do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e nos últimos quatro anos era um dos poucos que criticavam algumas decisões de Dilma. Ele chegou a dizer que pediu desculpas a ela na carta de despedida pelos transtornos causados por causa de suas entrevistas.
Carvalho passou o cargo para que o ministro Miguel Rossetto, que comandava o ministério do Desenvolvimento Agrário. Ele passa a assumir a presidência do conselho do Serviço Social da Indústria (Sesi).
Rossetto, no entanto, evitou polêmicas no discurso e deixou claro que o governo vai pressionar para fazer a reforma política e defendeu o aumento dos mecanismos de democracia direta.
“É possível sim qualificar a democracia representativa com mais democracia participativa e democracia direta”, disse Rossetto.