JUIZ ODILON: apesar do PDT, seu partido, apoiar Haddad, o candidato no Mato Grosso do Sul faz campanha por Bolsonaro
Da Redação
Publicado em 17 de outubro de 2018 às 06h30.
Última atualização em 17 de outubro de 2018 às 06h54.
Depois de rodarem o Brasil no primeiro turno, Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL) adotam, no segundo turno, estratégia diferente: dão prioridade a encontros e negociações em suas bases eleitorais. Bolsonaro por motivos mais evidentes: ainda se recupera do ataque sofrido em Juiz de Fora e foi desaconselhado pelos médicos a viajar pelo país. Haddad, por sua vez, vem se dedicando a costurar apoios com grandes nomes da política e da economia. Além disso, os dois candidatos enfrentam uma maratona para a gravação de seus programas eleitorais.
Fato é que, longe dos estados, os dois adversários deixam campo aberto para que os próprios candidatos a governador organizem sua agenda de apoios. E, em mais esta frente, Bolsonaro leva clara vantagem sobre seu adversário. Dos 13 governadores que se elegeram no primeiro turno, sete apoiam o candidato petista, mas a vitória naturalmente desmobiliza sua dedicação para a conquista de votos até o dia 28.
Nos 14 estados que ainda têm disputa pelo governo, apenas três candidatos declararam abertamente apoio em Fernando Haddad — Fátima Bezerra (PT-RN), Belivaldo Chagas (PSD-SE) e João Capiberibe (PSB-AP). Bolsonaro recebeu o apoio de 15 postulantes, entre eles os dois adversários de estados como Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Rondônia. Outros 10 candidatos decidiram se manter neutros ou não definiram apoio.
Na análise partido a partido, Fernando Haddad tem outra leva de desafios: mesmo dentro das legendas que lhe declararam apoio, há dissidências. Um dos principais exemplos é o PDT de Ciro e de Cid Gomes. O racha foi escancarado na noite de segunda-feira, quando Cid afirmou que a falta de um mea culpa levará o PT à derrota. Nacionalmente, apenas 56% dos eleitores que votaram em Ciro Gomes no primeiro turno pretendem escolher o petista no segundo.
O PDT tem quatro candidatos a governador no segundo turno: Waldez Góes (Amapá), Amazonino Mendes (Amazonas), Odilon Oliveira (Mato Grosso do Sul) e Carlos Eduardo (Rio Grande do Norte). Desses, nenhum seguiu a recomendação da bancada ao declarar apoio a Haddad, e três passaram a apoiar seu adversário — Amazonino Mendes, Juiz Odilon e Carlos Eduardo.
Em outro partido aliado de Haddad no segundo turno, o PSB, a situação é semelhante. Importantes cabos eleitorais, como o Márcio França, em São Paulo, decidiram se manter neutros na disputa do segundo turno.
Em nenhum dos estados a situação é definitiva, claro. Faltando 11 dias para a decisão da corrida eleitoral, os candidatos que se mantêm em cima do muro podem pender para um lado ou para outro, a depender dos ventos das pesquisas. Nesta quarta-feira estão previstos novos levantamentos do Vox Populi e do Paraná Pesquisas. Amanhã sai a nova rodada do Datafolha, que pode dar algum sopro de esperança a Fernando Haddad, ou pode confirmar que só um milagre nacional — ou 27 milagres estaduais — pode virar o jogo a seu favor.