Temer: em carta, eles pedem cerca de R$ 8 bilhões para recompor perdas das transferências do Fundo de Participação dos Estados (FPE) desde 2011 (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 30 de junho de 2016 às 17h11.
Brasília - Na esteira do Rio de Janeiro, os governadores do Norte e Nordeste formalizaram nesta quinta-feira, 30, em carta enviada ao presidente em exercício, Michel Temer, pedido de ajuda financeira especial aos Estados das duas regiões.
Na carta, eles pedem cerca de R$ 8 bilhões para recompor perdas das transferências do Fundo de Participação dos Estados (FPE) desde 2011.
O secretário de Fazenda do Estado do Rio Grande do Norte, André Horta, informou ao Broadcast (serviço de notícias em tempo real da Agência Estado) que a carta é assinada por 14 governadores das regiões, exceto Pará e Alagoas.
Eles querem tratamento especial como foi concedido ao Rio de Janeiro para enfrentar as dificuldades financeiras até o fim do ano.
Os governadores argumentam que a economia das regiões passa por forte quadro de desemprego que tem afetado as finanças estaduais.
O secretário disse que os governadores querem que a proposta seja incluída no projeto 257, que tramita no Congresso, que trata da reestruturação da dívida dos Estados e União.
A carta foi enviada também para o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Uma reunião está marcada para a próxima semana com o ministro para discutir a proposta.
"É preciso que haja um tratamento especial para enfrentar os maiores índices de desemprego no País, que estão nessas regiões", disse o governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria.
No início da semana passada, o presidente Temer fechou acordo de auxílio financeiro aos Estados e renegociação das dívidas, que foi vendido pelo governo como uma grande "festa federativa".
Mas as negociações, na prática, não agradaram todos os Estados, conforme antecipou o Broadcast, principalmente, aqueles que não têm dívida ou têm endividamento reduzido, mas também enfrentam forte crise econômica.
A carta enviada a Temer indica que o governo terá dificuldades para votar o projeto no Congresso da forma como ele foi negociado.