Brasil

Noruegueses investirão em tratamento de água da Alunorte, no PA

Hydro foi obrigada por autoridades brasileiras a reduzir sua produção depois que um laudo apontou despejo de efluentes da refinaria no meio ambiente

Hydro Alunorte: segundo a empresa, devido a uma falha de energia, uma liberação de soda cáustica diluída dentro da planta foi misturada com água da chuva da área da fábrica (Ricardo Moraes/Reuters)

Hydro Alunorte: segundo a empresa, devido a uma falha de energia, uma liberação de soda cáustica diluída dentro da planta foi misturada com água da chuva da área da fábrica (Ricardo Moraes/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 16 de março de 2018 às 19h40.

Última atualização em 16 de março de 2018 às 20h40.

Rio de Janeiro - A norueguesa Norsk Hydro vai investir cerca de 212 milhões de reais, ou 500 milhões de coroas norueguesas, no sistema de tratamento de água da produtora de alumina Alunorte, em Barcarena (PA), aumentando a capacidade em 50 por cento e melhorando a robustez da planta para suportar condições climáticas extremas, informou nesta sexta-feira em nota.

A Hydro Alunorte, maior produtora de alumina do mundo, foi obrigada por autoridades brasileiras a reduzir sua produção depois que um laudo do Instituto Evandro Chagas (IEC) apontou um despejo de efluentes da refinaria no meio ambiente da região, após fortes chuvas em meados de fevereiro.

"Eventos recentes mostram que o fortalecimento adicional do sistema de tratamento de água da Alunorte é necessário para garantir a futura solidez ambiental da planta", disse o presidente global da Norsk Hydro, Svein Richard Brandtzæg, em nota.

O objetivo é concluir a atualização planejada no primeiro trimestre de 2019.

Ainda em nota, o executivo afirmou que está em diálogo com autoridades brasileiras sobre esses temas e reconhece que a pressão sobre o sistema de tratamento de água da Alunorte provavelmente aumentará nos próximos anos por causa de uma tendência de clima mais extremo.

Brandtzæg afirmou ainda que a empresa terá que mudar atitudes, ações e formas de trabalhar com as comunidades locais.

"Entre muitas questões que surgiram para nós nessas últimas semanas, a Hydro reconhece que as pessoas em Barcarena estão genuinamente preocupadas com a contaminação da água. As comunidades locais não receberam a informação que merecem, e eles não nos acharam confiáveis. Por isso, peço desculpas", disse Brandtzæg.

A empresa diz que não detectou derramamentos ou vazamentos dos depósitos de resíduos de bauxita da Alunorte após o evento de chuva extrema em fevereiro.

No entanto, a Norsk Hydro admitiu o despejo proposital de água de chuva de área da refinaria ao rio Pará, em 17 de fevereiro e periodicamente entre 20 a 25 de fevereiro, por meio de um canal chamado "Canal Velho".

Segundo a empresa, devido a uma falha de energia em 17 de fevereiro, uma liberação de soda cáustica diluída dentro da planta foi misturada com água da chuva da área da fábrica antes de entrar em uma lagoa de retenção de água, com transbordamento para o Canal Velho. A soda cáustica é utilizada na produção de alumina.

Acompanhe tudo sobre:Meio ambienteMineradorasPará

Mais de Brasil

G20: Argentina quer impedir menção à proposta de taxação aos super-ricos em declaração final

Aliança Global contra a Fome tem adesão de 41 países, diz ministro de Desenvolvimento Social

Polícia argentina prende brasileiro condenado por atos antidemocráticos de 8 de janeiro

Homem-bomba gastou R$ 1,5 mil em fogos de artifício dias antes do atentado