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No Rio, mãe aguarda filho voltar do Nepal

O Ministério das Relações Exteriores informou à carioca o número telefônico para o qual seu filho deve ligar para antecipar seu retorno ao Brasil


	Aeroporto em Kathmandu, Nepal: segundo ministério, até o momento 96 brasileiros que estão no Nepal foram localizados, sem ferimentos
 (REUTERS)

Aeroporto em Kathmandu, Nepal: segundo ministério, até o momento 96 brasileiros que estão no Nepal foram localizados, sem ferimentos (REUTERS)

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Da Redação

Publicado em 27 de abril de 2015 às 16h41.

Rio de Janeiro - Mãe do carioca Felipe Freire Moulin, que se encontrava no Nepal quando ocorreu o terremoto que arrasou a capital do país, Katmandu, e deixou mais de  4 mil mortos, Cristiane Abranches Moulin recebeu hoje (27) do Ministério das Relações Exteriores um número de telefone para o qual Felipe deverá ligar, para tentar antecipar o retorno ao país.

Segundo disse Cristiane à Agência Brasil, o telefone pertence a um diplomata, cujo nome não revelou, que saiu de Nova Delhi, na Índia, em direção a Katmandu, com a missão de auxiliar os brasileiros que se encontram no Nepal.

Felipe acabara de participar de um retiro espiritual, saiu do templo e estava tomando um café quando foi surpreendido pelo terremoto. Ele está fora do Brasil desde o início do ano, e sua passagem de volta para o Rio de Janeiro está marcada para 20 de maio, saindo de Nova Delhi.

No último contato com o filho, via celular, Cristiane soube que Felipe havia tentado ficar acampado no jardim da Embaixada do Brasil, na capital nepalesa, mas, diante da negativa do posto diplomático, acabou voltando para as ruas.

Felipe disse à mãe que no dia do terremoto, sábado (25), foi mandado com outros turistas e moradores para um estacionamento. Dali, resolveu ir andando até a embaixada brasileira em busca de ajuda. “A embaixada não permitiu”. Nem água nem alimentos foram dados às pessoas que recorreram à Embaixada do Brasil, salientou Cristiane Moulin.

De acordo com Cristiane, Felipe admitiu que o posto diplomático também está passando por dificuldades de suprimentos, mas ela acredita que ”mesmo você sendo vítima, tem que dividir aquilo, porque é um pedaço do Brasil que está ali dentro. As outras embaixadas não só estão aceitando as pessoas de seus países, como de outras nacionalidades também. A Embaixada do Brasil parece que não está aceitando realmente ninguém”.

Ponderou que se eles ficassem acampados no jardim da embaixada, que é murada, seria mais seguro do que na rua.

Cristiane disse que a luta para divulgar a situação dos brasileiros no Nepal visa a sensibilizar as autoridades do Brasil, o governo, para dar um apoio, “porque acredito que não seja só o meu filho nessa situação. Tem muitos outros brasileiros também, querendo uma aproximação, e não estão conseguindo”. Ela aguarda a qualquer momento que surja alguma nova mensagem de Felipe via Whatsapp.

Procurado pela Agência Brasil, o Ministério das Relações Exteriores comunicou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não tinha informação específica sobre o atendimento recebido por Felipe Freire Moulin.

Acrescentou que ontem, vários grupos de brasileiros tomaram café da manhã na embaixada, porque os hotéis não estavam permitindo o ingresso dos hóspedes, com medo de novos tremores de terra. Hoje (27), os hóspedes já retornaram aos hotéis.

Segundo a assessoria do ministério, até o momento 96 brasileiros que estão no Nepal foram localizados, sem ferimentos, e estão recebendo toda assistência consular cabível.

Não há notícia de brasileiro entre os mortos. Em relação aos brasileiros desaparecidos, o ministério explicou que não há como saber o número, porque nem todos os brasileiros avisam à embaixada quando chegam ao Nepal. A embaixada está buscando informações nos hotéis e nas agências de viagens.

Foi montado um centro de apoio no aeroporto de Katmandu, que funciona 24 horas por dia, com o objetivo de localizar brasileiros que estejam de passagem pela região.

Na manhã de hoje, chegou a Katmandu uma missão do ministério, deslocada da Embaixada do Brasil em Nova Delhi, para reforçar o atendimento aos brasileiros.

O ministério admitiu que a embaixada pode ajudar as pessoas, como Felipe Freire Moulin, que desejam antecipar a volta ao Brasil, levando-as até a empresa aérea ou fornecendo computador para que elas façam a reserva.

O que a embaixada não pode é pagar a passagem ou arrumar uma reserva. Mas pode dar apoio para que entre em contato, e orienta sobre os procedimentos para mudança de reserva.

De acordo com o ministério, a embaixada em Katmandu continuará a monitorar a situação, acompanhando o desenrolar dos acontecimentos naquele país.

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