Adolescente amarrado em poste no Rio por grupo de justiceiros: jornalista diz que papéis no Brasil estão às avessas sobre quem é vítima e quem é algoz (Reprodução/Facebook/Yvonne Bezerra de Mello)
Da Redação
Publicado em 11 de fevereiro de 2014 às 11h04.
São Paulo - A jornalista Rachel Sheherazade voltou à carga nesta terça-feira para criticar o que considera um "Brasil de valores esquizofrênicos". Em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, a âncora do SBT Brasil, que tem movimentado as redes sociais com seu espaço de opinião no telejornal, disse que o papel de vítima e bandido está às avessas no país. Em resposta, o deputado do PSOL, Ivan Valente, comparou os grupos que fazem justiça com as próprias mãos no Rio a nazistas.
O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), o Estatuto da Impunidade, está sempre à serviço do menor infrator, que também encontra guarida nas asas dos direitos humanos e suas legiões de ONGs piedosas. No Brasil às avessas, o bandido é sempre vítima da sociedade. E nós não passamos de cruéis algozes desses infelizes, escreveu Sheherazade.
A âncora do jornal do SBT chamou a atenção há pouco mais de uma semana ao dizer no ar que a ação de grupos de justiceiros no Flamengo, no Rio de Janeiro, era "compreensível".
No texto de hoje, ela voltou a dizer que não acha o comportamento aceitável, mas defendeu que as leis do país permitem que alguém prenda outra pessoa em flagrante.
"A legislação brasileira autoriza qualquer cidadão a prender outro em flagrante delito. Trata-se do artigo 301 da Código de Processo Penal. Além disso, o Direito ratifica a legítima defesa no artigo 23 do Código Penal", diz ela no artigo.
A jornalista considerou ainda uma afronta ao bom senso a estratégia do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana de acabar com os autos de resistência, isto é, quando a força policial justifica a morte de alguém como resultado de confronto com as forças de segurança.
Representação no MP
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