Coronavac: vacina desenvolvida pelo Butantan e pelo laboratório chinês Sinovac. (Amanda Perobelli/Reuters)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 3 de fevereiro de 2021 às 14h00.
Última atualização em 3 de fevereiro de 2021 às 16h34.
Na noite desta quarta-feira, 3, o Butantan recebe matéria-prima para fabricar 8,7 milhões de doses da vacina contra a covid-19. Com a chegada deste lote e mais outro na próxima semana, que tem capacidade para produzir quantidade similar, o Instituto Butantan vai começar a liberar, a partir do dia 23 de fevereiro, 600 mil doses do imunizante diariamente ao Ministério da Saúde.
“A partir do dia 23 de fevereiro nós estaremos liberando 600 mil doses da vacina por dia pelos 30 dias seguintes. Obviamente que chegará mais matéria-prima da China, que não haverá mais interrupção. Vamos produzir 46 milhões de doses e outras 54 que estão em contratação pelo Ministério da Saúde”, disse o diretor do Butantan, Dimas Covas, em entrevista coletiva nesta quarta-feira.
Para ampliar a capacidade de produção de vacina, o Instituto Butantan está construindo uma fábrica que terá capacidade de fazer 100 milhões de doses por ano e com o processo 100% em território nacional, sem a necessidade de importação do chamado IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo).
O custo total é de 162 milhões de reais, e está sendo financiado por 33 empresas da iniciativa privada, como o BTG Pactual digital, B3, Vale, Ambev, Magalu e Rede D’Or. De acordo com o governo de São Paulo, este valor foi levantado em doações e não terá nenhuma contrapartida por parte do estado. A organização da sociedade civil Comunitas é a responsável pelo processo de doações, em parceria com a InvestSP.
O governo federal havia prometido, no fim do ano, transferir 84 milhões de reais para o estado de São Paulo. Mas o governo estadual ainda não recebeu o dinheiro.
As obras para a construção começaram em novembro do ano passado, e a previsão é de conclusão em setembro deste ano. Segundo o Butantan, depois disso são necessárias autorizações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A previsão é começar a fabricar as primeiras vacinas em janeiro de 2022.