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No Egito, Lula diz trabalhará pela criação da moeda comum dos Brics

O presidente brasileiro discursou no Egito, um dos novos integrantes do bloco, ao lado do presidente do país, Abdel Fatah Al-Sisi

Lula: presidente brasileiro voltou a criticar o conselho de segurança da ONU (Ricardo Stuckert / PR/Flickr)

Lula: presidente brasileiro voltou a criticar o conselho de segurança da ONU (Ricardo Stuckert / PR/Flickr)

Publicado em 15 de fevereiro de 2024 às 09h29.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quinta-feira, 15, que trabalhará para a criação de uma alternativa ao dólar nas relações comerciais e de investimentos dos Brics. O petista discursou no Egito, um dos novos integrantes do bloco, ao lado do presidente do país, Abdel Fatah Al-Sisi.

"Atuaremos pela criação de unidade de valor comum nas transações comerciais e de investimentos dos Brics como forma de contornar a dependência mundial de uma única moeda", afirmou o presidente brasileiro.

Essa não é a primeira vez que Lula menciona uma moeda comum dos Brics. Em agosto do ano passado, após reunião do bloco na África do Sul, ele havia confirmado a intenção do grupo de criar esse mecanismo.

Ainda nesta quinta-feira e no Cairo, Lula visitará a sede da Liga Árabe. No fim da tarde (13h no horário de Brasília), ele embarca para Adis Abeba, capital da Etiópia. O petista participará de atividades da União Africana na cidade.

Lula volta a defender reformulação do Conselho de Segurança

No discurso, Lula voltou a defender uma reformulação do Conselho de Segurança da ONU. O presidente brasileiro condenou a posição de Israel no conflito, além de ressaltar que o Brasil condenou os ataques do  do grupo terrorista Hamas. 

"O Conselho de Segurança não pode fazer nada na guerra entre Israel e Faixa de Gaza. Ou seja, a única coisa que se pode fazer é pedir paz pela imprensa, mas que me parece que Israel tem a primazia de descumprir, ou melhor, de não cumprir nenhuma decisão emanada da direção das Nações Unidas", disse. 

Lula ainda afirmou que é "urgente" estabelecer um cessar fogo definitivo" na Faixa de Gaza e afirmou que o Brasil é "terminantemente contrário" a tentativa de deslocamento forçado do povo palestino. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pediu ao Exército de seu país que apresente um "plano combinado" para "deslocamento" de civis de Rafah, após anunciar a expansão das operações militares no sul do enclave palestino.

"É urgente estabelecermos um cessar fogo definitivo que permita a prestação de ajuda humanitária sustentável e desimpedida e imediata e incondicional liberação dos reféns. O Brasil é terminantemente contrário a tentativa de deslocamento forçado do povo palestino. Por esse motivo, entre outros, o Brasil se manifestou em apoio ao processo instaurado na Corte Internacional da Justiça pela África do Sul. Não haverá paz sem um estado palestino convivendo lado a lado com Israel dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas", disse. 

Lula ainda afirmou que é "lamentável" que instituições multilaterais não funcionem para a solução de conflitos internacionais. O presidente tem defendido a reforma da governança global e colocou a pauta como uma das prioridades da presidência brasileira no G20.

Em seu discurso, Lula afirmou que está "emprenhado" na reforma e que espera contar com o Egito para "fazer as mudanças necessárias nos órgãos de governança global". Ao criticar o Conselho de Segurança da ONU, o presidente brasileiro afirmou que é preciso ter uma "nova geopolítica", "acabar com o direito de veto" e que os membros sejam "pacifistas".

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