Teresinha Conceição recebe a vacina contra o coronavírus Sinovac (COVID-19) na estátua do Cristo Redentor no Rio de Janeiro, Brasil, 18 de janeiro de 2021. (Ricardo Moraes/Reuters)
Fabiane Stefano
Publicado em 18 de janeiro de 2021 às 19h08.
A idosa Terezinha da Conceição, de 80 anos e residente de um asilo, foi a primeira pessoa a ser vacinada contra a covid-19 no Rio de Janeiro. Em seguida, a técnica de enfermagem do Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, Dulcinea da Silva Lopes, 59, também recebeu o imunizante. A cerimônia que marcou o início da vacinação na capital fluminense aconteceu no Cristo Redentor e foi acompanhada pelo governador em exercício, Cláudio Castro (PSC) e pelo prefeito da capital, Eduardo Paes (DEM).
Originalmente prevista para acontecer às 17h, em sincronia com o início da vacinação em outros estados, a cerimônia atrasou por conta de problemas logísticos. O primeiro lote de doses da Coronavac deveria ter chegado ao Rio por volta das 13h, mas só desembarcou no Aeroporto Santos Dumont às 17h, e seguiram para o Cristo de helicóptero. A confusão na logística, desenhada pelo Ministério da Saúde, desagradou governadores. Alguns deles já estavam nos aeroportos aguardando a chegada das doses quando souberam que a entrega atrasaria.
Seguindo o protocolo definido pela Anvisa, recebem a vacina primeiro os cidadãos que fazem parte dos grupos prioritários - neste momento, toda a população indígena e os profissionais da saúde. No Rio, idosos residente em asilos e pessoas portadoras de deficiências que estejam internadas também tem preferência. Não há previsão para outros grupos.
A profissional escolhida para aplicar as doses foi a servidora Adélia Maria dos Santos, de 71 anos. Ela trabalha para a Secretaria Municipal de Saúde desde 1979 e, de acordo com o município, foi uma das fundadoras do Programa de Imunização da Cidade do Rio. Adélia atuou na Sala de Imunização da unidade básica de saúde que atualmente é o Centro Municipal de Saúde (CMS) Cecília Donnangelo, era a única enfermeira da unidade e trabalhou nas primeiras campanhas de vacinação contra o sarampo e poliomielite. Também foi chefe de enfermagem no CMS Augusto Amaral Peixoto, onde seguiu atuando na sala de vacinação.
Atualmente, Adélia trabalha na área de epidemiologia e imunização na gestão da SMS, onde está desde 1990. Com especialização em Saúde Pública pela Fiocruz, Adélia também teve passagens pelo Instituto Nacional do Câncer e o Hospital Federal de Bonsucesso. Diabética e hipertensa, Adélia precisou trabalhar em home office durante a pandemia.
O estado recebe 487.520 doses neste primeiro momento, que serão aplicadas em 232.521 pessoas de grupos prioritários, dos quais idosos com 60 anos ou mais e pessoas com deficiência que estejam em abrigos, povos indígenas vivendo em terras indígenas e trabalhadores da Saúde. Inicialmente, a vacinação estava prevista para começar na quarta-feira, dia 20, mas foi adiantada. Na capital, o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, afirmou que há uma logística preparada para, tão logo a vacina chegue, em 36 horas as doses estejam nos 450 pontos de vacinação.
(Com informações da Agência Globo)