Coronavírus: Niterói e São Gonçalo são as primeiras cidades do Sudeste que vão adotar o bloqueio total (Pilar Olivares/Reuters)
Da Redação
Publicado em 11 de maio de 2020 às 06h24.
Última atualização em 11 de maio de 2020 às 17h44.
A partir desta segunda, dia 11, Niterói e São Gonçalo, no Rio, passam a adotar medidas mais restritivas de isolamento social. As cidades são as primeiras do Sudeste a trocar a quarentena, com medidas mais brandas, pelo bloqueio total. A medida foi anunciada primeiro por Niterói, e, um dia depois, seguida pelo município vizinho. Nas duas cidades, vale até sexta-feira.
De acordo com as novas regras em Niterói, quem sair à rua para atividades que não sejam essenciais poderá ser multado em 180 reais. A fiscalização será feita pela Guarda Municipal. Os cidadãos poderão circular apenas para ir à farmácia, supermercado, pet shops, padarias e postos de combustível. A medida também inclui o fechamento de boa parte das rodovias que dão acesso à cidade.
Com mais de 520 casos de coronavírus confirmados, uma das maiores preocupações em Niterói é que a situação se agrave como ocorreu na cidade do Rio de Janeiro, em que já existem mais de 14.100 infectados e o sistema de saúde corre o risco de entrar em colapso.
O prefeito de Niterói fez um apelo à população em relação às comemorações do dia das mães, neste domingo, 10. “Eu queria pedir a vocês que nós celebrássemos o domingo de maneira diferente, que você encontre sua mãe ou sua família de maneira virtual”, disse no final da semana. Um dos principais objetivos é chegar a um índice de isolamento de pelo menos 70%, recomendado pelos médicos e especialistas.
No Norte e Nordeste do país, o lockdown vem sendo adotado de forma mais intensa. Em São Luís, Belém e Fortaleza, o deslocamento de pessoas foi vetado, a não ser em casos considerados especiais como a ida a supermercados e farmácias e o cumprimento de jornada de trabalho para profissionais em áreas essenciais.
O Rio de Janeiro também começou a estudar a medida e na próxima semana o Ministério Público de São Paulo deverá dar início a análises semelhantes. A superlotação dos hospitais e o aumento expressivo do número de casos de covid-19 vêm fazendo com que as autoridades se debrucem com mais cuidado sobre resoluções que podem dar um fôlego maior aos postos de atendimento médico e restringir a progressão rápida da doença.