Ministro Roberto Barroso em plenário do STF (Nelson Jr./SCO/STF)
Talita Abrantes
Publicado em 23 de maio de 2016 às 13h10.
São Paulo – Para Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), fala do peemedebista Romero Jucá, que chefia o ministério do Planejamento, de que uma medida política seria necessária para barrar investigações da Lava Jato não condiz com a realidade.
"É impensável supor que alguém tenha a capacidade de paralisar as instituições ou pensar que qualquer pessoa tenha acesso a um ministro para parar o jogo", afirmou durante debate no Fórum VEJA, que aconteceu na manhã desta segunda-feira (23), em São Paulo. "Isso não é uma possibilidade."
Ele afirmou que ao assumir um posto na mais alta corte do país, todo magistrado começa a "trabalhar para a própria biografia". Logo, não haveria espaço para qualquer político "influenciar a decisão de um ministro do Supremo".
Questionado se o ministro do Planejamento tinha acesso a ele, Barroso foi evasivo: "Eu recebo todo mundo que me pede audiência".
O juiz federal Sergio Moro, responsável pelas investigações em primeira instância na Lava Jato, afirmou que o "STF tem demonstrado uma seriedade enorme na apreciação desses casos".
Em conversas gravadas, Jucá aparece sugerindo um pacto ao ex-presidente da Transpetro [empresa subsidiária da Petrobras], Sérgio Machado, para barrar o avanço da Operação Lava Jato. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, que teve acesso aos áudios entre Machado e Jucá, a conversa aconteceu semanas antes da votação do impeachment na Câmara dos Deputados.
"Tem que mudar o governo pra poder estancar essa sangria", disse o atual ministro em referência ao avanço da operação.