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Netflix vai ao STF contra censura do Especial de Natal do Porta dos Fundos

Ontem, o desembargador Benedicto Abicair determinou imediata suspensão do episódio para "acalmar os ânimos"

Porta dos Fundos: (Netflix/Youtube/Reprodução)

Porta dos Fundos: (Netflix/Youtube/Reprodução)

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Clara Cerioni

Publicado em 9 de janeiro de 2020 às 15h33.

Última atualização em 13 de janeiro de 2020 às 13h42.

São Paulo — A Netflix entrou com uma reclamação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do desembargador Benedicto Abicair, da 6ª Câmara Cível do Rio de Janeiro, que determinou nesta quarta-feira (08) a imediata suspensão do “Especial de Natal Porta dos Fundos: A primeira tentação de cristo”.

A ação foi distribuída para o ministro Gilmar Mendes, mas a decisão deve ser tomada pelo presidente da Corte, ministro Dias Toffoli, que está de plantão nesta quinta-feira (09).

Ontem, o desembargador do RJ acatou o pedido da Associação Centro Dom Bosco de Fé e Cultura. De acordo com a entidade, na produção, “Jesus é retratado como um homossexual pueril, Maria como uma adúltera desbocada e José como um idiota traído”.

Em primeira instância, a Justiça havia negado a suspensão, afirmando que “juiz não é crítico de arte”. 

O episódio censurado é uma sátira, em que Jesus (Gregorio Duvivier) está prestes a completar 30 anos e é surpreendido com uma festa de aniversário quando voltava do deserto acompanhado do namorado, Orlando (Fabio Porchat). A representação de um Jesus gay despertou a ira de alguns setores religiosos.

Na decisão de ontem, o desembargador aponta que “o filme teve sua estreia em na Netflix, em 3 de dezembro de 2019, e desde então vem causando bastante polêmica em razão do seu conteúdo, considerado por muios como extremamente ofensivo à fé dos católicos e também a outras religiões”.

Em nota, a Netflix afirmou que apoia "fortemente a expressão artística" e vai "lutar para defender esse importante princípio, que é o coração de grandes histórias".

A Constituição Federal do Brasil nos artigos 5 e 220 prevê que “é vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística”.

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