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Nem Lula, nem Bolsonaro: 27% votam em uma terceira via em 2022

Pela primeira vez, pesquisa EXAME/IDEIA mostra o ex-presidente Lula à frente nas intenções de voto, mas dentro da margem de erro

Urna eletrônica (Fábio Pozzebom/Agência Brasil)

Urna eletrônica (Fábio Pozzebom/Agência Brasil)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 24 de abril de 2021 às 08h30.

Se as eleições presidenciais fossem hoje, um terço dos eleitores votaria em algum nome diferente de Jair Bolsonaro (sem partido) e de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na simulação de primeiro turno, 27% apostam em um candidato de terceira via. Em primeiro lugar aparece o ex-presidente, com 33%, seguido de Bolsonaro, com 32%. Considerando a margem de erro, que é de três pontos percentuais para mais ou para menos, há um empate técnico.

Os dados são da mais recente pesquisa EXAME/IDEIA, projeto que une Exame Invest Pro, braço de análise de investimentos da EXAME, e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. O levantamento ouviu 1.200 pessoas entre os dias 19 a 22 de abril. Clique aqui para ter acesso ao relatório completo.

“É interessante perceber que a somatória das outras candidaturas está praticamente empatada com Lula e Bolsonaro. Se houver uma convergência de nome, a terceira via se torna uma possibilidade real”, diz Maurício Moura, fundador do IDEIA.

A grande questão é ter um único nome que concentre todos os votos da terceira via, para aí sim, disputar um segundo turno, seja com Lula ou com Bolsonaro. Ciro Gomes (PDT) é o que sai na frente pela preferência dos eleitores, com 9%. Luciano Huck aparece logo atrás, com 6%. Ainda não se sabe se o apresentador vai realmente deixar a TV Globo e concorrer ao Palácio do Planalto.

Ciro já demonstrou que pretender participar do pleito, e ainda faz costuras. Em Salvador, por exemplo, ele conseguiu emplacar a vice, Ana Paula Matos, ao lado do prefeito Bruno Reis (DEM), em uma aliança com ACM Neto.

Em entrevista exclusiva à EXAME em fevereiro, o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que estaria à disposição para ser um nome do DEM, caso haja um entendimento da legenda. Na época ele chegou a ameaçar deixar o partido, mas após conversas internas recuou.

Dentro do PSDB, o primeiro nome que começou a articulação foi o governador de São Paulo, João Doria. Outros membros do partido então pediram para que o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, também se colocasse à disposição nas prévias, que vão ocorrer em outubro. E mais recentemente o senador pelo Ceará Tasso Jereissati também apareceu como um possível candidato na eleição interna do partido.

A pesquisa EXAME/IDEIA também perguntou se o eleitor gostaria que o próximo presidente não fosse nem Lula, nem Bolsonaro. Do total de entrevistados, 41% concordaram com esta frase. Há um mês, este grupo que quer uma terceira via representava 38% do eleitorado. Vale ressaltar que dentro deste grupo há pessoas que votam nulo, branco, ou mesmo preferem nem ir votar caso haja apenas os dois candidatos.


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