O total de homicídios no Brasil aumentou de 45.997, em 2002, para 49.309, em 2011 (George Frey/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 18 de julho de 2013 às 06h51.
Rio de Janeiro - Negros e mulatos, que representam mais da metade da população brasileira, são vítimas de 71,4% dos assassinatos no país, enquanto os homicídios entre os indivíduos brancos foram reduzidos até 28,2%, informou nesta quarta-feira o pesquisador Julio Jacobo Waiselfisz, responsável pelo estudo "Mapa da Violência 2013".
Nesta mais recente edição do estudo, o pesquisador do Centro Brasileiro de Estudos Latino-americanos (CEBELA) ressaltou que o total de homicídios aumentou de 45.997, em 2002, para 49.309, em 2011.
No entanto, segundo Waiselfisz, esse número abriga uma grande disparidade. Em 2002, por exemplo, 26.952 negros e mulatos foram assassinados, um número que subiu para 35.207 em 2011, enquanto as mortes entre os brancos apresentaram uma redução de 18.867 para 13.895 no mesmo período.
Entre os jovens, as tendências são similares: os negros e mulatos representam 76,9% dos homicídios, enquanto os brancos, em tendência descendente, 22,8%.
O estudo em questão também compara os índices de mortandade do país com os de outros 94 países, segundo dados da Organização Mundial da Saúde.
Neste aspecto, o Brasil se situa como o sétimo país mais violento, com uma taxa de 27,4 homicídios por cada 100 mil habitantes, uma proporção que sobe para 54,8 homicídios entre os jovens (também sétimo).
O país sul-americano apresentou uma melhora nessa classificação devido ao "crescimento explosivo da violência" em outras nações, entre elas El Salvador, Guatemala e Venezuela, segundo o documento.
El Salvador, com 62,4 assassinatos por 100 mil habitantes (112,3 entre os jovens), é o pior na classificação geral e de jovens, seguido de Trinidad e Tobago, segundo no geral (46,1) e terceiro entre os mais jovens (82,4).
Nas primeiras posições aparecem outros países latino-americanos como a Venezuela (quarto juvenil, sexto geral), Colômbia (quinto juvenil, terceiro geral), Guatemala (sexto juvenil, quinto geral) e México (12º juvenil e 11º geral).
O "Mapa da Violência" indicou que, no caso do Brasil, as tendências dos últimos anos forma mantidas, como o crescimento dos homicídios em cidades médias e pequenas do interior e em regiões que há uma década eram pacíficas, entre elas os estados de Alagoas, Paraíba e Bahia, além do Pará.