Se o DEM se unir ao PSL, o novo partido será a legenda com maior número de cadeiras na Câmara (Alan Santos/PR/Flickr)
Agência O Globo
Publicado em 8 de setembro de 2021 às 09h48.
DEM e PSL emitiram, nesta terça-feira, uma nota conjunta em que criticaram o discurso do presidente Jair Bolsonaro durante ato em São Paulo: "Repudiamos com veemência o discurso do senhor presidente da República ao insurgir-se contra as instituições de nosso país", menciona trecho da nota. Esse é o primeiro documento conjunto entre os dois partidos, que estão negociando uma possível fusão, visando se posicionar para as eleições presidenciais do ano que vem.
Na nota, as legendas reafirmam a necessidade de dar "um basta nas tensões políticas, ódios, conflitos e desentendimentos que colocam em xeque a democracia brasileira" (leia, ao fim da matéria, o texto na íntegra).
A iniciativa, após os atos antidemocráticos, reforça o que já declarou o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, do DEM-MS, ao afirmar que a união das legendas "é uma ideia que se fortalece". Segundo Mandetta, o tema da fusão deverá ser abordado na reunião da Executiva do partido após o feriado de 7 de Setembro.
O PSL tem, atualmente, 53 parlamentares na Câmara e divide o posto de maior bancada com o PT. Se a união com o DEM, que possui 28 deputados federais, se concretizar, o novo partido assumirá a posição de legenda com maior número de cadeiras na Casa.
A nova sigla, ainda sem nome, também passará a ter mais recursos financeiros e tempo de televisão para as eleições de 2022, havendo, inclusive, a possibilidade de lançar candidatura própria ao Palácio do Planalto. No PSL já é mencionado até o nome do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), como uma possível terceira via no pleito presidencial. Pacheco, no entanto, está analisando migrar para o PSD.
Íntegra da nota conjunta de PSL e DEM:
"O PSL e o Democratas entendem que a liberdade é o principal instrumento democrático e não pode ser usada para fins de discórdia, disseminação de ódio, nem ameaças aos pilares da própria Democracia.
Por isso, repudiamos com veemência o discurso do senhor presidente da República ao insurgir-se contra as instituições de nosso país.
Hoje se torna imperativo darmos um basta nas tensões políticas, nos ódios, conflitos e desentendimentos que colocam em xeque a Democracia brasileira e nos impedem de darmos respostas efetivas aos milhões de pais e mães de família angustiados com a inflação dos alimentos, da energia, do gás de cozinha, com o desemprego e a inconstância da renda.
Não existe independência onde ao cidadão não se garantem as condições para uma vida digna. O Brasil real pede respostas enérgicas e imediatas."