Eduardo Cunha: "Não vou mergulhar no meio dessa confusão que não é minha", justificou Cunha (Ueslei Marcelino / Reuters)
Da Redação
Publicado em 23 de maio de 2016 às 16h35.
Brasília - Afastado da Câmara desde o dia 5 de maio, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) não quis comentar as declarações do ministro do Planejamento Romero Jucá, em gravação divulgada nesta segunda-feira, 23, pelo jornal Folha de S.Paulo.
"Não vou mergulhar no meio dessa confusão que não é minha", justificou Cunha à reportagem.
Na gravação, Jucá conversa com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado e reclama que só o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), está contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
"Só o Renan está contra essa porra. Porque não gosta do Michel, porque o Michel é Eduardo Cunha. Gente, esquece o Eduardo Cunha, o Eduardo Cunha está morto, porra", diz a matéria.
Sem se aprofundar no comentário, Cunha ironizou a declaração do colega de partido. "Estou aqui vivo. Morto não escreve", disse por meio de mensagem de texto.
Outro a ironizar o comentário de Jucá foi o líder do PSOL, Ivan Valente (SP). "O Eduardo Cunha está bem vivo. Ele nomeou André Moura (PSC-SE)", observou Valente, referindo-se à escolha do novo líder do governo na Câmara, que é ligado a Cunha.
O presidente afastado da Câmara esteve no Congresso na semana passada, para prestar depoimento no Conselho de Ética, onde responde a processo por quebra de decoro parlamentar.
Na ocasião, disse que voltaria a frequentar a Casa nesta semana, mas no dia seguinte desistiu da ideia com receio de que o Supremo Tribunal Federal entendesse o gesto como desobediência.
"Devem ter ponderado por seus advogados que poderia ser decretada sua prisão. Então ele recuou", declarou o líder do PSOL.
Valente disse que Cunha foi "arrogante", "prepotente" e agiu com um ar desafiador em seu depoimento no conselho.