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"Não vou comprar briga com o PMDB", diz presidente da CPI da JBS

Três deputados são cotados para assumir a relatoria da comissão: Carlos Marun (PMDB-MS), Hugo Leal (PSB-RJ) e Delegado Franscischini (SD-PR)

JBS: "Eu não vou comprar briga com o maior partido do Congresso", disse Ataídes (Paulo Whitaker/Reuters)

JBS: "Eu não vou comprar briga com o maior partido do Congresso", disse Ataídes (Paulo Whitaker/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de setembro de 2017 às 19h38.

Brasília - O presidente da CPI mista da JBS, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), afirmou nesta segunda-feira, 11, que três deputados são cotados para assumir a relatoria da comissão: Carlos Marun (PMDB-MS), Hugo Leal (PSB-RJ) e Delegado Franscischini (SD-PR).

A definição, segundo Ataídes, deve acontecer ainda nesta segunda, após reuniões com líderes partidários.

Entre os três nomes, o mais cotado para assumir a relatoria da comissão é Marun, conhecido por ser da tropa de choque de Temer na Câmara.

"Eu não vou comprar briga com o maior partido do Congresso, mas o ideal é chegarmos a um acordo", afirmou Ataídes, que disse, no entanto, preferir o nome de Franscischini por considerá-lo com perfil mais independente.

"Particularmente, vejo independência no nome do Franscischini. Mas estamos num parlamento e o PMDB é o maior partido. Temos um costume na casa que em comissões de inquérito e demais comissões, quando o PMDB não fica com a presidência, fica com a relatoria", disse Ataídes.

A CPI mista da JBS foi instalada na semana passada e pretende se debruçar sobre o acordo de delação premiada fechado pela empresa de processamento de carnes e o Ministério Público Federal.

A delação implica diretamente o presidente Michel Temer e a CPI deve ser usada pelo Planalto para atacar os delatores.

Parlamentares já ameaçam deixar o colegiado caso Marun seja mesmo escolhido como relator. A primeira reação veio de deputados tucanos.

"Se for o Marun, não vamos aceitar de jeito nenhum. Vai começar uma CPI chapa branca?", questionou o deputado João Gualberto (PSDB-BA), integrante titular do partido na comissão.

"A CPI já começaria em pizza, seria um desrespeito sem tamanho. Marun É ligadíssimo a Eduardo Cunha. Não pode isso."

O deputado Rocha (PSDB-AC), suplente de seu partido da CPI, reforçou a insatisfação. "Corre-se o risco daqueles que querem apuração séria entregarem seus postos, para não participar dessa farsa. Eu ficaria desconfortável, não pelo Marun em si, mas pelo que ele representa. Ele foi da tropa de choque do Eduardo Cunha, do Temer. Temos que buscar alguém que tem compromisso com algo maior: o esclarecimentos desses fatos todos."

Segundo Ataídes, a previsão é que na sessão da CPI marcada para esta terça-feira, 12, a CPI vote requerimentos para convocar o empresário Joesley Batista, preso no domingo após suspeita de ter violado o acordo de delação.

"O objetivo da CPMI é bastante amplo. Evidentemente o que motivou mais foi essa delação superpremiada", disse.

Ele também pretende ouvir na CPI ex-dirigentes do BNDES e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, entre outros nomes que devem ser convidados.

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