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Não sou puxadinho do PT e não serei jamais, diz Ciro Gomes

Perguntado por jornalistas se poderia ser o candidato apoiado pelo PT nas eleições presidenciais deste ano, Ciro avaliou que não é provável

Ciro Gomes: "Nos últimos 16 anos eu apoiei o Lula sem faltar um dia. Eles que façam dessa história o que eles quiserem fazer" (Sergio Moraes/Reuters)

Ciro Gomes: "Nos últimos 16 anos eu apoiei o Lula sem faltar um dia. Eles que façam dessa história o que eles quiserem fazer" (Sergio Moraes/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de abril de 2018 às 18h07.

Boston - O pré-candidato do PDT à presidência da República, Ciro Gomes, rebateu críticas de não ter participado de um ato político em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última segunda-feira no Rio de Janeiro.

"Não sou puxadinho do PT e não serei jamais. Nos últimos 16 anos eu apoiei o Lula sem faltar um dia. Eles que façam dessa história o que eles quiserem fazer", disse.

Perguntado por jornalistas se poderia ser o candidato apoiado pelo PT nas eleições presidenciais deste ano, Ciro avaliou que não é provável, porque a natureza do Partido dos Trabalhadores é de ter sempre um representante da legenda para o pleito.

Para Ciro, é preciso resgatar a serenidade na política e o diálogo a fim de acabar com a polarização nacional nesta área. "As instituições brasileiras já estão em frangalhos. Há um quadro generalizado de anarquia no País, que se caracteriza por votações exóticas do Judiciário, por opiniões absolutamente ilegais e arbitrárias de comandantes das Forças Armadas e a desobediência de parte dos políticos da lei e das regras", apontou. Ele defendeu sua candidatura a presidente da República e apontou que é preciso "desratizar" o País, numa referência ao fim da impunidade de atos de corrupção no setor público.

Ciro criticou os comentários do comandante do comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, que na terça-feira fez um comentário de "repúdio à impunidade" antes da votação do STF sobre habeas corpus preventivo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Imagino que o general comandante do exército quis expressar por sua própria boca, o que é impertinente, a tentativa que a cadeia de comando permaneça íntegra sob sua liderança, ele falando subordina todos os outros pelo seu comando", disse. "É ruim que uma República a essa altura como a nossa ainda tenha que ouvir pito público de militar. Isso é coisa que ficou para republica de banana nos anos 1960."

Injustiça política

Na avaliação de Ciro Gomes, os cidadãos no Brasil, em geral, não se consideram protegidos pela Justiça. "Há um notório desequilíbrio entre aquilo que amargamente se imputa ao Lula nos prazos tão ágeis quanto se estão impondo, e aquilo que se faz à corrupção notória de certos figurões do PSDB. O País inteiro sente e eu sinto a mesma coisa."

Ele afirmou que os brasileiros devem acompanhar o debate político no País e expressar suas opiniões de forma pacífica pelas redes sociais. "Vá às manifestações que forem corretas de ir, mas não se precipite porque o mundo político não merece que ninguém morra por si", destacou. "O mundo político é assim mesmo. É feito de contradições e no fundo a gente acaba achando uma saída", ressaltou.

Ciro Gomes avaliou com ironia a participação do ex-ministro do STF Joaquim Barbosa nas eleições presidenciais deste ano. "Quando a gente começa a ver juiz dando entrevista demais, se exibindo de mais, a gente já sabe que o que ele quer é entrar para a política. Isso é uma impertinência, mas seja bem-vindo."

O pré-candidato à presidência do PDT apontou que a insistência do PT em manter a candidatura ao Palácio do Planalto de Lula pode trazer incertezas políticas ao País. "Gera uma instabilidade grave na sociedade brasileira, e, portanto, também em um dos seus aspectos que é a vida econômica." Ele fez os comentários depois de participar da Brazil Conference 2018 realizada em Harvard e MIIT.

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