O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
Da Redação
Publicado em 23 de setembro de 2015 às 18h40.
Brasília - O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preferiu não comentar denúncias de um delator da Operação Lava Jato a respeito da suposta influência dele na diretoria Internacional da Petrobras e afirmou não conhecer o autor da denúncia.
Segundo a mídia publicou nesta quarta-feira, o ex-gerente da área Internacional da Petrobras Eduardo Vaz Costa Musa, novo delator da operação Lava Jato, teria dito em trecho de delação premiada que Cunha dava a palavra final sobre as indicações para a diretoria.
“Não sei quem é (Musa), e sobre esse assunto fala o meu advogado. Eu não posso ficar aqui respondendo a cada divagação do que vai acontecer”, disse Cunha. “Não vou ser comentarista de delação”, acrescentou.
Em agosto, Cunha foi denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de receber pelo menos 5 milhões de dólares em propina.
Segundo o empresário Júlio Camargo, um dos delatores da Lava Jato, que investiga corrupção envolvendo empresas estatais, órgãos públicos, empreiteiras e políticos, o presidente da Câmara teria pedido pessoalmente a ele o pagamento de 5 milhões de dólares.
Na denúncia, Janot afirma que Cunha recebeu pelo menos 5 milhões de dólares em propina e que pediu a Camargo o pagamento de 40 milhões de dólares que seria para ele, para o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, e para Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, e apontado como operador do PMDB no esquema de corrupção na estatal.
Segundo a denúncia de Janot, a propina teria sido paga para facilitar e viabilizar a contratação do estaleiro Samsung Heavy Industries, responsável pela construção de navios-sonda da Petrobras.
Cunha negou as acusações e disse, à época, que foi escolhido por Janot para ser investigado.