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"Não quero ser lembrado como inocente condenado", diz Lula

Fala do presidente ocorre a pouco mais de um mês para o julgamento do caso do tríplex do Guarujá pelo Tribunal Federal Regional da 4ª Região

Lula: "acho que preso só pode ir quem cometeu um crime" (Ricardo Stuckert/PT/Divulgação)

Lula: "acho que preso só pode ir quem cometeu um crime" (Ricardo Stuckert/PT/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de dezembro de 2017 às 15h17.

Última atualização em 20 de dezembro de 2017 às 17h31.

São Paulo - Em café da manhã com jornalistas nesta quarta-feira, 20, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que não teme ser preso, faltando pouco mais de um mês para o julgamento do caso do tríplex do Guarujá pelo Tribunal Federal Regional da 4ª Região (TRF-4).

"Eu não penso. Não penso porque acho que preso só pode ir quem cometeu um crime", disse Lula ao ser questionado sobre a possibilidade de prisão.

Lula foi condenado a nove anos e seis meses de prisão pelo juiz Sérgio Moro por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex. O TRF-4 vai julgar o recurso e caso a sentença de Moro seja mantida o ex-presidente terá sido condenado em segunda instância.

Durante quase duas horas e meia, Lula reiterou várias vezes que é inocente e, portanto, a única hipótese para a Justiça é absolvê-lo. O ex-presidente disse que não quer ser um mártir.

"Não quero passar para a história como um inocente condenado", afirmou.

O petista voltou a desafiar Moro e o Ministério Público a apresentarem provas de que ele é o dono do apartamento construído e reformado pela empreiteira OAS, alvo da Lava Jato. "A única chance que tenho é pedir provas. Não é possível que alguém seja dono de uma coisa que não é dono", afirmou.

Lula, no entanto, admitiu que o país vive uma "anomalia jurídica". Segundo ele, Moro e o MPF criaram uma narrativa falsa da qual não conseguem se libertar. "Eles ficaram sem rota de fuga", disse Lula.

Embora insista na tese de absolvição por inocência, o petista disse que continua na disputa presidencial seja qual for o resultado do julgamento no TRF-4 e, se for condenado, pretende usar todos os recursos jurídicos aos quais tem direito.

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