Tasso Jereissati: "Não podemos deixar o país degringolar em função da crise do governo" (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)
Estadão Conteúdo
Publicado em 22 de maio de 2017 às 20h15.
Última atualização em 22 de maio de 2017 às 20h15.
Brasília - O presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), disse nesta segunda-feira, 22, que as delações da JBS contêm "denúncias gravíssimas", com desdobramentos imprevisíveis.
Tasso evitou ser taxativo quanto à permanência do PSDB na base aliada do presidente Michel Temer, mas afirmou ser preciso afastar uma "aventura" no país.
"Num momento como este, não podemos jogar o país numa aventura", insistiu o tucano.
Antes de ser informado de que Temer havia mudado sua estratégia jurídica, desistindo do pedido de suspensão do inquérito contra ele no Supremo Tribunal Federal (STF), Tasso mostrou desapontamento ao saber que a Corte não iria mais julgar o caso nesta quarta-feira.
Questionado sobre quanto tempo o PSDB vai esperar para tomar uma decisão a respeito de seu destino, o senador indicou que o partido aguardará o julgamento da chapa Dilma-Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 6 de junho.
O processo que pede a cassação da chapa foi movido pelo PSDB, quando a legenda era oposição.
"Temos de acompanhar os passos do Supremo e, em seguida, tem a votação no TSE, que talvez seja mais relevante e definitiva", afirmou Tasso, ao acrescentar que outra etapa importante para esclarecer os fatos está no depoimento do deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), flagrado com uma mala de dinheiro.
"Até lá, não podemos deixar o país degringolar em função da crise do governo. Nossa decisão será tomada no momento certo para que o país não passe por um desarranjo institucional."
Temer passou os últimos dias pedindo aos partidos da base aliada que não paralisem as votações no Congresso.
"Não podemos passar a impressão de que o país e o Congresso estão parados nem dar sinais de anarquia generalizada", argumentou Tasso.
O presidente do PSDB não quis comentar as denúncias envolvendo o senador afastado Aécio Neves (MG), que comandava o partido até a eclosão do escândalo provocado pela JBS, na semana passada.
"Todos têm direito a fazer sua defesa", encerrou.