Henrique Meirelles: "De fato temos que aguardar o encerramento da intervenção que, espera-se, pode até ocorrer quem sabe a tempo de votar a Previdência ainda esse ano" (Wilson Dias/Agência Brasil)
Reuters
Publicado em 22 de fevereiro de 2018 às 15h24.
Última atualização em 22 de fevereiro de 2018 às 15h29.
Brasília - Não há possibilidade de criação de imposto para financiar a segurança pública, afirmou nesta quinta-feira o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, acrescentando que o governo não trabalha com nenhum aumento de impostos neste ano.
"Não há a menor possibilidade de fazer isso (criação de imposto de segurança). Isso não está em estudo no governo, não está em estudo no Ministério da Fazenda", disse em entrevista à Rádio Itatiaia.
Meirelles também afirmou que a não aprovação da reforma da Previdência em 2018 vai demandar corte equivalente de despesas em outras áreas da administração no próximo ano, sem especificar os montantes envolvidos.
Nesta semana, o governo jogou a toalha em relação à proposta devido à decisão pela intervenção federal no Rio de Janeiro, que não permite mudanças constitucionais enquanto estiver em vigor.
Para Meirelles, é importante que a alteração das regras previdenciárias volte à mesa assim que finalizado o período de intervenção.
"De fato temos que aguardar o encerramento da intervenção que, espera-se, pode até ocorrer quem sabe a tempo de votar a Previdência ainda esse ano", disse.
O ministro também defendeu a decisão pela intervenção como "absolutamente necessária", com o presidente Michel Temer agindo "no melhor interesse público".
Questionado sobre projeto de autonomia para o Banco Central, Meirelles se posicionou a favor da investida, destacando que com isso o BC poderá implementar sua política de forma independente, com maior credibilidade, conseguindo controlar a inflação com maior eficácia e taxa de juros mais baixa.
Em relação à candidatura à Presidência da República, o ministro voltou a dizer que tomará uma decisão a respeito até abril. Quando perguntado se toparia continuar à frente da Fazenda num próximo governo, ele sinalizou que descartaria eventual convite.
"Eu acho que essa etapa do ministro da Fazenda é uma etapa cumprida, como eu tive lá atrás, também fui oito anos presidente do BC", disse.
"Estamos agora contemplando essa nova etapa de uma possível candidatura a presidente da República, que eu não estou pensando nisso agora, como tenho dito. Mas certamente dentro de 40 dias, um pouco mais, estaremos tomando essa decisão de continuar o serviço público, mas aí ampliando bastante o escopo de ação e podendo colaborar com o país, servir o país de uma forma mais eficaz, mais abrangente", acrescentou.