Candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, durante entrevista no Jornal Nacional (Reprodução/TV Globo)
Da Redação
Publicado em 13 de agosto de 2014 às 08h14.
São Paulo – O candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, disse não ver nada de errado em seu empenho para eleger sua mãe, Ana Arraes (PSB-PE), como ministra do Tribunal de Contas da União (TCU).
O ex-governador teve que responder sobre os possíveis casos de nepotismo atribuídos a ele durante entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo.
Em um primeiro caso, de quando sua mãe foi indicada para uma vaga de ministra no TCU, o ex-governador se defendeu ressaltando os méritos dela como deputada federal.
“Se a nomeação fosse minha, como governador, seria nepotismo", disse Campos. "Ela disputou a eleição com várias deputados e ganhou”, acrescentou.
Ele afirmou também que a apoiou assim como teria feito com qualquer outro candidato do seu partido.
Nos outros dois casos, em relação ao emprego de dois primos seus como ministro do Tribunal de Contas do Estado, ele afirmou não há responsabilidade sua na contratação, já que foram indicações da Assembleia Legislativa de Pernambuco.
O candidato prometeu ainda uma reforma constitucional para acabar com os casos de vagas vitalícias no funcionalismo público, como as da Justiça.
Economia
Assim como aconteceu com Aécio Neves (PSDB), a primeira pergunta da entrevista foi sobre a condução da política econômica.
Nesse ponto, o ex-governador prometeu combater a inflação, mantendo assim o poder de compra do cidadão.
E, para ele, não é apenas com a Selic que o governo poderá fazer isso (em uma referência a condução da política monetária do Banco Central), mas sim com uma maior “responsabilidade macroeconômica”.
Ele destacou ainda que é possível manter o indicador no centro de sua meta mesmo com as suas principais promessas de campanha, como o passe livre para os estudantes do ensino público.
Parceria com Marina
O candidato do PSB também voltou a defender a sua parceria com Marina Silva, afirmando não haver nenhuma contradição nos projetos políticos entre os dois.
“Temos uma aliança não feita em cima de nossas opiniões, mas em cima de um programa”, afirmou o ex-governador de Pernambuco.
O candidato foi questionado pelo apresentador William Bonner sobre uma possível falta de coerência em sua defesa no desenvolvimento do agronegócio e nas críticas da ex-ministra do Meio Ambiente neste modelo agrário.
“Marina não tem nada contra, ela apenas defende que o desenvolvimento com respeito ao meio ambiente e com inclusão”, afirmou sobre a opinião da candidata a vice-presidente em sua chapa.
Antiga aliança com o PT
O último tema da entrevista foi a relação de longa data do seu partido com o PT (inclusive com Campos atuando como um dos ministros do governo Lula), seu adversários nas eleições de Outubro.
Segundo o ex-governador, o seu afastamento do governo Dilma após três anos de apoio não foi por simples ambição, mas sim por uma série de discordâncias que vinham acontecendo.
“Já em 2012 enfrentamos o PT em várias cidades”, disse em relação às eleições municipais.
“E, quando o PT apoiou Renan para a presidência do Senado, o PSB teve a preferência por outros candidatos”, acrescentou.
Campos aproveitou também para criticar os quatro anos do governo de Dilma. O candidato afirmou que esse governo será o único que vai entregar o Brasil pior que recebeu.
“O que aconteceu é que aquilo que foi prometido para o Brasil não aconteceu”, concluiu.