Bruno Araújo: "Agradeço a confiança do meu partido, no qual exerci toda a minha vida pública" (Renato Araújo/ABr/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 13 de novembro de 2017 às 18h05.
Última atualização em 13 de novembro de 2017 às 18h53.
Brasília - Um pouco antes de participar de cerimônia simbólica de entrega de cartão reforma no Planalto, o ministro das Cidades, Bruno Araújo, teve uma conversa com o presidente Michel Temer e pediu a exoneração do cargo.
Na carta entregue ao presidente, Bruno Araújo diz "não há mais apoio" para que ele siga no comando da Pasta e fala indiretamente da crise vivida no PSDB.
"Agradeço a confiança do meu partido, no qual exerci toda a minha vida pública, e já não há mais nele apoio no tamanho que permita seguir nessa tarefa", escreveu.
A Pasta está sendo cobiçada por aliados da base insatisfeitos com o espaço no governo e que pedem a mudança administrativa em troca de aprovar projetos de interesse do governo como a reforma da previdência.
"Tenho a convicção, Sr. Presidente, que a serenidade da história vai reconhecer no seu Governo resultados profundamente positivos para a sociedade brasileira. Receba minha exoneração e meus agradecimentos", completa o deputado pernambucano que estava licenciado.
Bruno diz que, em maio do ano passado, aceitou o convite "para ajudar o País no processo de transição que permitisse, nas palavras do ex-presidente Fernando Henrique, 'repor em marcha o governo federal' e preparar o País para o seu próximo líder a ser eleito daqui a alguns meses".
Bruno Araújo, que discursou no evento no Planalto, afirmou que sob seu comando o Ministério das Cidades avançou em governança.
"Recuperamos o Minha Casa, Minha Vida e a credibilidade nos compromissos financeiros. Implantamos duas ações que vão deixar marcas relevantes no desenvolvimento social do País: o Cartão Reforma e a Nova Legislação de Regularização Fundiária", escreveu.
"Preciso agradecer o apoio de toda nossa competente equipe nessas realizações, e de modo especial a sua confiança, que de trato sempre fidalgo e republicano, permanentemente nos deu autonomia em busca da melhor entrega possível a população brasileira", completa.
O agora ex-ministro afirmou que há ainda muito o que se fazer. "O País responde rapidamente ao comando da boa gestão, testemunhei isso.
É hora das prioridades serem mais da sociedade e menos das corporações. É fundamental coragem de todos para os enfrentamentos que protejam as necessidades dos que não conseguem faltar ao trabalho para vir a Brasília clamar por melhores serviços públicos."