Temer: O presidente disse ainda que não tem problema em governar com ministros citados na operação (Ueslei Marcelino/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 5 de maio de 2017 às 07h01.
Última atualização em 5 de maio de 2017 às 08h57.
São Paulo - O presidente Michel Temer (PMDB) afirmou que não concorda com a tese de que a Operação Lava Jato sofreu derrotas no Supremo Tribunal Federal (STF). Por outro lado, criticou as "brigas" entre a Suprema Corte a primeira instância judicial.
As declarações do peemedebista foram dadas em entrevista para a RedeTV! exibida na noite desta quinta-feira (4) e gravada na última terça (2), no dia em que o Supremo revogou a prisão preventiva do ex-ministro José Dirceu.
"Não há derrota, há muitas vezes revisões. O que não pode haver é briga entre instâncias", disse o presidente. Ele afirmou que espera que o Judiciário cumpra seu papel "como vem cumprindo" e que não haja "divergência de natureza política dentro do Judiciário", mas que se aplica a lei com base em decisões de fato concreto.
Tendo ministros investigados na Operação Lava Jato, o presidente disse que "é facílimo governar nessas condições" por causa da regra de corte que criou - ministros afastados temporariamente se forem denunciados no STF e definitivamente se virarem réus.
"Eu fiz um corte determinado que é pautado pela ordem jurídica, porque as pessoas pensam que quando um delator fala de alguém, pronto, vamos parar o País, porque o delator falou de fulano. Eu dito o seguinte: o delator é alguém que fala de outrem e, quando ele fala de outrem, você precisa fazer uma apuração", afirmou.
O presidente disse ainda que não tem problema em governar com os ministros citados. "Não tenho problema nenhum quanto a isso, tenho pessoas competentíssimas que me ajudam no governo e me dão todo o respaldo administrativo".