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Não há corrupção sistêmica na Petrobras, diz Gabrielli

Em depoimento, o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli disse não acreditar que haja corrupção sistêmica na empresa


	José Sérgio Gabrielli: "na minha percepção, não há corrupção sistêmica na Petrobras, agora isso não quer dizer que não haja corrupção"
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

José Sérgio Gabrielli: "na minha percepção, não há corrupção sistêmica na Petrobras, agora isso não quer dizer que não haja corrupção" (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 12 de março de 2015 às 20h03.

Brasília - O ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli disse no depoimento que presta à CPI da estatal na Câmara não acreditar que haja corrupção sistêmica na empresa.

"Na minha percepção, não há corrupção sistêmica na Petrobras, agora isso não quer dizer que não haja corrupção na Petrobras. É um problema individualizado e específico de alguns criminosos", respondeu ao questionamento dos deputados.

Gabrielli afirmou que, apesar de ele ter dito que os casos de corrupção eram indetectáveis, os preços altos acendiam uma "luz amarela" para o comando da empresa. Ele argumentou, no entanto, que na maioria dos casos, os procedimentos de apuração para alta de preços apontam para motivos outros, como aquecimento de mercado.

"Na média, diria que os processos de orçamentação conseguem acompanhar o que acontece no mercado, o sistema funciona adequadamente. As exceções são caso de polícia e têm que ser tratados como caso de polícia", disse ao repetir que não acredita ter havido um esquema sistêmico de corrupção na estatal. "Por mais graves que sejam, os números da corrupção são pequenos na Petrobras", completou.

Interpelado por Antonio Imbassahy (PSDB-BA), Gabrielli confirmou ser filiado ao PT desde a criação do partido e ser amigo de José Dirceu, "como o senhor bem sabe", provocou. O tucano reagiu bradando por respeito.

Mais cedo, Gabrielli já havia confirmado ter conta no exterior, no Banco do Brasil, em Portugal.

Youssef

O ex-presidente da Petrobras afirmou que não conhece o doleiro Alberto Youssef. "Não sei quem é, nunca sentei com ele", afirmou.

Sobre a informação de ter sido citado em delação do doleiro, em suposta comunicação com o ex-presidente Lula, Gabrielli negou o fato. "Eu nego completamente esse episódio que ele menciona. Nunca tive uma conversa desse tipo com o presidente Lula, menos ainda com o senhor Youssef. Não imagino de onde venha essa informação", argumentou.

Em outubro, foi noticiado que Youssef afirmou que o então presidente Lula teria dado uma ordem em 2010 para Gabrielli, para que ele resolvesse uma pendência com uma agência de publicidade suspeita de integrar o esquema de corrupção na Petrobras.

Gabrielli respondeu também nunca ter participado de jantares com o ex-diretor Renato Duque, com o ex-gerente Pedro Barusco e com o tesoureiro do PT, João Vaccari.

Sobre o balanço da Petrobras, ainda não auditado, Gabrielli afirmou ter uma perspectiva positiva. "A Petrobras vai ter balanço mais cedo ou mais tarde. Não posso admitir que a Petrobras não tenha balanço", afirmou.

Pouco depois da fala, Gabrielli foi interpelado pela deputada Eliziane Gama (PPS-MA), que figurou um momento de descontração da CPI. Ela chamou Gabrielli, por engano, de Barusco, gerando risadas no plenário da comissão.

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