Nelson Teich: novo ministro da saúde muda o tom sobre medidas restritivas contra o novo coronavírus (Alan Santos/PR/Flickr)
Reuters
Publicado em 30 de abril de 2020 às 19h09.
Última atualização em 30 de abril de 2020 às 19h14.
O ministro da Saúde, Nelson Teich, reconheceu nesta quinta-feira que não há como afrouxar o isolamento social diante de uma curva em franca elevação do novo coronavírus, no dia em que o país bateu um novo recorde diário de casos, com 7.218 notificações, alcançando agora mais de 85 mil registros de infecção pela doença.
"Há coisas que são básicas, não tem como ter liberação de isolamento quando há uma curva em franca ascendência", disse Teich, em entrevista coletiva no Palácio do Planalto.
O ministro ressaltou que a diretriz do ministério para lidar com a eventual flexibilização de localidades do isolamento social está pronta, mas disse que o governo avalia qual o melhor momento para ser divulgada publicamente. Por ora, acrescentou, apenas os governos estaduais e prefeituras terão acesso ao documento para decidirem suas políticas.
Segundo Teich, a questão tem que ser analisada de forma tranquila e equilibrada. "Ninguém vai chegar aqui com uma coisa milagrosa", disse ele, ao ponderar que o mundo inteiro está lidando com essa questão.
Para o ministro, a grande preocupação é como veicular as diretrizes sobre afrouxamento para que isso não se torne um instrumento de discórdia.
Questionado sobre eventual possibilidade de Estados e municípios tomarem medidas de afrouxamento mesmo com o avanço do coronavírus, Teich disse que no momento a pasta tem uma "orientação clara", e que o distanciamento permanece como a orientação a ser seguida.
O ministro ressalvou que a decisão sobre isolamento é de Estados e municípios, e disse ver essa discussão "muito mais" como política do que social. Segundo Teich, mesmo os locais que querem flexibilizar o isolamento não estão tomando essa decisão "de forma irresponsável".