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"Não esperem um milagre", diz Jungmann sobre segurança no Rio

O ministro da Defesa descartou a possibilidade de soldados das Forças Armadas ocuparem morros ou fazerem segurança na ruas do estado

Raul Jungmann: o ministro não deu detalhes do plano de segurança (Tânia Rego/Agência Brasil)

Raul Jungmann: o ministro não deu detalhes do plano de segurança (Tânia Rego/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de julho de 2017 às 19h19.

Última atualização em 27 de fevereiro de 2018 às 11h44.

Rio - O ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou nesta quinta-feira, 27, que o trabalho das Forças Armadas para garantir a segurança no Rio de Janeiro será essencialmente "de inteligência".

Ele descartou a possibilidade de soldados ocuparem morros ou fazerem segurança na ruas. Segundo Jungmann, a intenção é "golpear o crime".

O ministro, porém, foi direto: "não esperem milagre ou resultados imediatos".

Jungmann participou nesta quinta da 1ª reunião do Estado-Maior Conjunto para operações integradas no Rio de Janeiro, na sede do Comando Militar do Leste, no Centro do Rio.

O órgão de coordenação e planejamento foi criado para apoiar o Plano Nacional de Segurança definido pelo Governo Federal, que atuará no município até o fim do próximo ano.

O ministro não deu detalhes do plano de segurança para "não atrapalhar o fator surpresa".

Raul Jungmann não revelou quando a operação de fato irá começar, onde será realizada, o efetivo que será empregado ou mesmo os custos da operação.

"Nós não vamos aqui realizar aquilo que chamamos de GLO clássica, Garantia da Lei e da Ordem. Nossa operação aqui, que irá até o último dia do atual governo, do presidente Temer, ou seja, até o fim de 2018, é uma operação que tem uma série de características inovadoras", afirmou o ministro.

Segundo ele, o uso de soldados para segurança ostensiva é importante, mas serve basicamente "para dar férias aos bandidos".

"Ela tem um efeito que se encerra quando encerramos a operação de Garantia da Lei e da Ordem. O que nós queremos é algo diferente", disse Jungmann.

"Nós estivemos no Complexo da Maré por aproximadamente um ano e meio. Quando nós deixamos, o problema voltou, inclusive porque toda uma estrutura social que foi prometida não foi entregue."

O ministro disse que "a palavra-chave é inteligência". Ações envolvendo soldados nas ruas deverão acontecer apenas ocasionalmente.

Segundo Jungmann, a intenção é acabar com a cadeia de comando das facções criminosas e impedir o acesso a armamento pesado.

Usando o termo "guerra", o ministro disse também que o governo espera "reação" do crime organizado. E pediu compreensão da população.

"Tempos difíceis e extraordinários requerem medidas difíceis e extraordinárias", comentou.

Raul Jungmann também afirmou que presídios e penitenciárias federais estarão à disposição, mas pediu mudança nos controles de acesso a familiares ou mesmo de defensores de criminosos "que servem como pombo-correio".

Ele disse que os presídios "viraram home office do crime".

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