Geraldo Alckmin: ex-governador disse que a posição é coerente com o que ele defendeu ao longo de sua campanha à Presidência: evitar os extremos (Paulo Whitaker/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 9 de outubro de 2018 às 19h28.
Brasília - Após bate-boca entre o presidente do PSDB, Geraldo Alckmin, e o candidato do partido ao governo de São Paulo, João Doria, os tucanos decidiram liberar os correligionários e não vão apoiar nenhum candidato no segundo turno da disputa presidencial entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT).
"Não apoiaremos nem o PT nem o candidato Bolsonaro. O PSDB decidiu liberar seus militantes e seus líderes", anunciou Alckmin após reunião da Executiva Nacional que ocorreu na sede do partido, em Brasília.
Ele pontuou que a liberação do partido significa neutralidade na campanha.
Alckmin destacou que a posição é coerente com o que ele defendeu ao longo de sua campanha à Presidência da República. "Já vínhamos pontuando que extremos não são a solução", defendeu.
Em reunião acalorada, Alckmin chamou Doria de "temerista". O candidato tucano ao governo de São Paulo cobrava do partido mais ajuda financeira às campanhas dos candidatos a governos estaduais que passaram para o segundo turno. Alckmin interrompe Doria e diz: "Traidor, eu não sou".
Questionado sobre a discussão, Alckmin desconversou. "Divergências são naturais e não ocorrem pela imprensa. Não faço política pela imprensa", afirmou.
Doria, por sua vez, disse que Alckmin está com o "emocional abalado" por causa do "resultado inesperado" da eleição, onde saiu derrotado e recebeu menos de 5% dos votos. "
Se Geraldo teve algum dissabor pessoal, da minha parte tem o meu perdão. Não foi nada que possa abalar as nossas relações pessoais", disse Doria à imprensa depois de deixar a reunião. Ele saiu antes do encontro terminar.
Questionado sobre o seu resultado na disputa presidencial, Alckmin disse que foi uma campanha "atípica" e que "todos os partidos estão enfraquecidos".