Jair Bolsonaro: indicação que o presidente fez de Alexandre Ramagem para assumir a direção-geral da Polícia Federal foi barrada pelo STF (Ueslei Marcelino/Reuters)
Agência O Globo
Publicado em 30 de abril de 2020 às 15h35.
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que não será um "presidente pato manco, refém de decisões monocráticas", em referência à decisão que impediu a posse de Alexandre Ramagem no comando da Polícia Federal (PF).
Em entrevista à rádio "Guaíba", Bolsonaro classificou como "afronta" a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de impedir a posse.
— Não vou admitir eu ser um presidente pato manco, refém de decisões monocráticas de quem quer que seja. Não é um recado. É uma constatação ao senhor Alexandre de Moraes — disse Bolsonaro na entrevista
O presidente voltou a dizer que não "engoliu" a decisão de Moraes, como havia feito minutos antes no Palácio da Alvorada:
— Tudo tem limite. Essa decisão do senhor Alexandre de Moraes, não engoli ela no dia de ontem. É uma afronta à pessoa do presidente da República.
De acordo com Bolsonaro, o ministro precisa explicar se Ramagem pode continuar no comando da Agência Brasileira de Inteligência (Abin):
— Estou cobrando ele publicamente uma posição se o senhor Ramagem pode continuar à frente da Abin ou não. Ou deve ir para uma quarentena, se isolar. Não serve para servir à nação?
Questionado sobre se tem medo de um processo de impeachment, o presidente disse que "de jeito nenhum", mas afirmou que um eventual processo deveria ser baseado em "fatos":
— De jeito nenhum. O homem que vai à guerra e tem medo de morrer é um covarde. Que venha o impeachment um dia, mas um impeachment (baseado) em fatos. E não...Um dos pedidos, ou vários pedidos, tem (como motivo) que eu não apresentei o meu exame de vírus. É um absurdo. Baseado no que? Qual a materialidade? Não tem materialidade, não tem, zero.