WhatsApp: Kelly estava acostumada a viajar e compartilhar carona (Lucas Agrela/Site Exame)
Estadão Conteúdo
Publicado em 3 de novembro de 2017 às 18h41.
Última atualização em 6 de novembro de 2017 às 15h16.
O engenheiro civil Marco Antonio da Silva, de 28 anos, manifestou preocupação com o fato da namorada, Kelly Cristina Cadamuro, de 22 anos, que foi morta ao participar de um grupo de carona, levar um desconhecido e viajar sozinha com ele.
"Fico preocupado com você sozinha na rodovia", escreveu pelo aplicativo Whatsapp, pouco antes de Kelly ser morta.
Ela foi estrangulada pelo carona, um criminoso que estava foragido da prisão. Conforme Silva, Kelly estava acostumada a viajar e compartilhar carona, mas geralmente mandava para ele uma foto da pessoa que iria acompanhá-la.
Dessa vez, segundo ele foi uma moça que ligou combinando a viagem para um casal - ela e o namorado. Na hora, apenas o rapaz apareceu.
Pelo aplicativo, Kelly informou seu namorado que viajaria apenas com o homem: "Só o rapaz, a menina não vai, bjs", escreveu.
Ele respondeu: "Cuidado!" Ela voltou a fazer contato para dizer que estava abastecendo no posto Sertanejo, na BR-153. Depois, ele já não recebeu retorno e se desesperou: "Mor, cadê você? Tô preocupado. Pelo amor de Deus!"
O engenheiro, que mora em Itabagipe, sul de Minas Gerais, para onde Kelly estava seguindo para passar o feriado com ele, saiu à procura dela junto com a polícia.
Foi ele quem encontrou a calça da jovem, próximo do local em que o corpo, seminu, foi achado pelos policiais.
O principal suspeito do crime, Jonathan Pereira do Prado, estava foragido do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) de São José do Rio Preto desde março deste ano.
Cumprindo pena por oito crimes, entre eles roubo, furto, extorsão e ameaça, ele foi beneficiado com a chamada "saidinha", uma saída temporária da prisão para comemorar a Páscoa, e não retornou.
De acordo com a Polícia Civil, reconhecido nas imagens gravadas pelas câmeras de um pedágio, Prado confessou o crime.
O delegado Fernando Vetorazo, que está à frente da investigação, disse que o crime foi premeditado, pois o rapaz levou a corda usada para estrangular a moça.
A possível participação de outras pessoas no crimes, como a mulher que ligou combinando a carona, estão sendo investigadas.
Segundo o delegado, por ora, os outros dois suspeitos presos - Daniel Teodoro da Silva e Wander Luiz da Cunha - admitiram apenas terem sido receptadores dos objetos roubados da jovem.
O corpo de Kelly foi sepultado na tarde desta sexta-feira, 3, no Cemitério Municipal de Guapiaçu, onde mora a família, num clima de revolta. Amigos e familiares pediram justiça.