São Paulo – O
PSDB antecipou a divulgação de seu programa partidário no rádio e TV que vai ao ar na noite desta segunda-feira (28) com endurecimento de críticas ao governo
Dilma Rousseff e ao
PT. No pronunciamento, o partido usou suas principais lideranças para minar as propostas e tumultuar a agenda da presidente. Tentando incorporar o perfil de “oposição a favor do Brasil”, o partido atacou as divergências de
promessas de campanha e propostas da presidente e fez questão de afastar a pecha de golpista, por conta da articulação do impeachment. "Somos a oposição, sim. Mas somos a oposição a esse governo. Nós não somos e jamais seremos a oposição ao Brasil", diz o senador e presidente do partido,
Aécio Neves. “É dentro das regras democráticas que nós queremos e vamos lutar.” Em sua fala, Aécio também fez paralelos do que o PSDB entende como papel da oposição, dizendo que a legenda tomaria as providências e assumiria posturas de acordo com o que entendem ser o “necessário para melhorar a vida das pessoas”. “Se o governo quiser trazer de volta o imposto do cheque, nós seremos contra. Ninguém aguenta mais impostos”, afirma. “Mas se esse mesmo governo reduzir os impostos sobre a folha de pagamento, para que as empresas parem de demitir, nós seremos a favor.” Para o ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso, o principal ponto de descrédito do atual governo é a falta de sustentação que Dilma tem no Congresso, a que ele atribui como “herança maldita que o Lula deixou”. A expressão "herança maldita" foi muito usada por petistas ao se referir ao país que
Lula havia recebido de FHC em 2003, com câmbio elevado e inflação. FHC deixa implícito também um pedido de renúncia, assim como já havia feito em entrevistas e pronunciamentos em redes sociais. “A presidente pode até tentar sair da crise, mas como? Com o PT? E o PT tem condições de sustentar alguém? Um partido que propôs o céu ao povo e não teve competência para gerir a economia e hoje oferece o inferno da crise e o desemprego?”, diz. “Está na hora da presidente ter grandeza e pensar o que é melhor para o Brasil e não para o PT.” O senador
José Serra e
Geraldo Alckmin, governador de São Paulo e possível candidato à presidência em 2018, também deram as caras no pronunciamento. Enquanto Alckmin diz que o país não pode “ficar parado por mais três anos”, Serra escolheu atacar a alta das taxas de juros e impostos, dizendo que o brasileiro “não pode mais pagar a conta dessa incompetência do PT”. “Sabe de uma coisa? Eu acho que está na hora de o PT pagar pelos seus próprios erros”, diz. O partido ainda aproveita a oportunidade de lembrar as investigações do TCU, com relação às suspeitas de descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal por parte do governo petista, e do TSE, que investiga se dinheiro desviado do esquema de corrupção da Petrobras foi usado para financiar as contas da campanha eleitoral de Dilma. Veja abaixo o programa na íntegra e, na galeria, as principais críticas ao
governo Dilma.