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Na TV, Bolsonaro critica imprensa, fechamento de escolas e quarentena

Durante pronunciamento em cadeia nacional na noite desta terça-feira, 24, o presidente Jair Bolsonaro voltou a minimizar a gravidade do coronavírus

Jair Bolsonaro: Em sua fala, o presidente citou a necessidade de o país voltar a normalidade, e que nada justifica o fechamento das escolas (Youtube/Reprodução)

Jair Bolsonaro: Em sua fala, o presidente citou a necessidade de o país voltar a normalidade, e que nada justifica o fechamento das escolas (Youtube/Reprodução)

Janaína Ribeiro

Janaína Ribeiro

Publicado em 24 de março de 2020 às 21h09.

Última atualização em 24 de março de 2020 às 22h11.

Durante pronunciamento em cadeia nacional na noite desta terça-feira, 24, o presidente Jair Bolsonaro voltou a minimizar a gravidade do coronavírus.

Bolsonaro exaltou o Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, pelo excelente trabalho, mas reafirmou que não é necessário pânico nem histeria. "Grande parte dos meios de comunicação fizeram o contrário, espalhando o pavor. Foi espalhado os dados da Itália, espalhando histeria no país", afirmou, comparando o clima entre Brasil e Itália assim como a faixa etária predominante nos países.

Após criticar o trabalho da imprensa brasileira, que segundo Bolsonaro espalhou "pavor", o presidente parabenizou a mídia, porém sem citar a rede Globo, que em seu editorial da noite de segunda-feira, pediu "calma".

A crítica também se estendeu para parte dos governadores, pelas medidas adotadas nos respectivos estados para conter a propagação do vírus. "Algumas autoridades estaduais e municipais devem abandonar o conceito de terra arrasada. A proibição de transportes, confinamento em massa e fechamento de comércio" .

Em sua fala, o presidente apontou a necessidade de o país voltar a normalidade, e que nada justifica o fechamento das escolas, "já que o grupo de risco são de pessoas com mais de 60 anos. Raros sãos os casos fatais, de pessoas sãs com menos de 40 anos de idade", disse.

Bolsonaro ainda exaltou "seu histórico de atleta", e que não precisaria se preocupar caso fosse infectado pelo covid-19. "Eu nada sentiria, ou quando muito, poderia ser acometido de uma gripezinha, um resfriadinho, como bem disse aquele conhecido médico daquela conhecida televisão".

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Davi Alcolumbre rebate Bolsonaro

O presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (DEM-AP), rebateu o presidente Jair Bolsonaro e afirmou que o Brasil precisa de uma "liderança séria, responsável e comprometida com a vida e a saúde da sua população".

Em nota, Alcolumbre disse considerar “grave” o pronunciamento de Bolsonaro em rede nacional de rádio e TV. O texto também é assinado pelo primeiro vice-presidente do Senado, Antônio Anastasia (PSD-MG).

“Consideramos grave a posição externada pelo presidente da República hoje, em cadeia nacional, de ataque às medidas de contenção ao Covid-19. Posição que está na contramão das ações adotadas em outros países e sugeridas pela própria Organização Mundial da Saúde (OMS).”

“A Nação espera do líder do Executivo, mais do que nunca, transparência, seriedade e responsabilidade. O Congresso continuará atuante e atento para colaborar no que for necessário para a superação desta crise."

Casos no Brasil

O Brasil chegou a 2.201 infectados pelo covid-19, segundo balanço diário divulgado pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira, 24. Em apenas um dia foram mais de 300 casos confirmados. A partir desta terça, começou em São Paulo e no Rio de Janeiro a adoção da quarentena para todos os habitantes.

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