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Na reta final, Boulos foca em carreatas e em fixar o número da chapa na cabeça do eleitor

Para não perder votos, campanha de Boulos gasta mais de 50% do propaganda para lembrar eleitor do número do candidato

Boulos: candidato do PSOL está embolado com Nunes e Marçal ( Leandro Paiva/ Campanha Boulos/Divulgação)

Boulos: candidato do PSOL está embolado com Nunes e Marçal ( Leandro Paiva/ Campanha Boulos/Divulgação)

Publicado em 1 de outubro de 2024 às 08h52.

Última atualização em 1 de outubro de 2024 às 09h16.

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A campanha do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) tem metas claras para a última semana antes do primeiro turno das eleições na cidade de São Paulo: carreatas por todas as regiões da cidade e lembrar ao eleitor que o número do candidato é 50.

“Desde a última quinta-feira, praticamente metade das nossas inserções são no sentido de lembrar o eleitor que o número do Boulos é 50”, diz um membro do QG psolista.

Uma das peças veiculadas na TV nesta semana tem uma música cuja letra se resume a “Boulos é 50”, repetidas diversas vezes. O entorno do deputado tem gastado um tempo considerável preocupado em lembrar o número do candidato ao eleitor.

Naturalmente, esse já era um ponto de atenção, uma vez que Boulos tem como principal cabo eleitoral o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), cujo número 13 tem muita força no imaginário eleitoral.

Mas após o debate da TV Record, no último sábado, quando o influenciador Pablo Marçal (PRTB) passou a insinuar que o número de Boulos era 13, numa suposta tentativa de confundir o eleitor do deputado federal, um novo alerta de acendeu na campanha. No embate da Folha e UOL, desta segunda-feira, o ex-coach repetiu a tática.

“É uma atitude lamentável de um candidato que fez isso durante toda a campanha”, afirma outro membro da equipe de Boulos.

Caso o eleitor vote 13 na disputa para São Paulo, o voto será anulado, dado que não há candidato petista e, diferentemente dos cargos legislativos, não se pode votar para uma sigla na eleição majoritária.

Segundo o agregador EXAME/IDEIA, o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) tem 24% das intenções de votos, seguido por Boulos com 22% e Marçal com 21%. Com os três embolados em um primeiro pelotão da disputa, cada voto fará diferença no próximo domingo.

"Não temos o impacto da confusão do número quantificado, mas como o Boulos tem um eleitor consolidado, já esperamos que venham pesquisar o número", afirma um membro do QG. "De qualquer forma, estamos fazendo de tudo para que essa informação chegue a todos, principalmente aos eleitores petistas."

O debate da TV Globo, que será o 11º e último entre os candidatos, também está na agenda de campanha como um dos momentos importantes da reta final. A estratégia e preparação para o evento, que acontece na próxima quinta-feira, 3, ainda estão sendo traçadas pelos psolistas.

Carreatas para atingir mais eleitores

Uma tática da campanha nesta semana decisiva será fazer carreatas por toda a cidade, para atingir o maior número de pessoas possível.

“Será uma semana de mobilização. Com carreatas por toda a cidade. Vamos na zona Sul, Norte, Leste e Oeste”, afirma um membro do QG do deputado.

Durante a campanha, Boulos concentrou a maioria de suas agendas na periferia. O deputado tem um voto consolidado no centro expandido, mas ainda patina na atração de eleitores mais pobres, que historicamente votavam no PT ou em um candidato mais à esquerda.

Esses eleitores estão, em sua maioria, com Nunes, ou com a deputada Tabata Amaral (PSB), e votaram em Lula em 2022.

Como mostrou a EXAME no início da corrida eleitoral, uma das metas da campanha é que, caso Boulos vá para o segundo turno, ele consiga repetir o desempenho do petista contra Bolsonaro na cidade de São Paulo na última eleição presidencial, quando Lula levou 53% dos votos na capital.

Nas contas da campanha, Boulos já conquistou 50% dos votos que Lula recebeu em 2022 -- uma marca comemorada internamente.

Lula estará no ato final da campanha

Como mostrou a EXAME, a decisão de Lula de não participar ativamente das campanhas municipais em 2024 criou um mal-estar generalizado entre candidatos, presidentes de partidos aliados — e até entre os petistas.

A campanha psolista, porém, considera que o presidente participou “bastante” na campanha de Boulos, com gravação de programas de TV e participação em comícios.

“Estamos bem satisfeitos com a participação do Lula até aqui. Ele está na campanha e vai continuar. No sábado, estará conosco”, afirma um membro da campanha.

No sábado, 28, Lula cancelou a participação em eventos de campanha em São Paulo, em São Bernardo do Campo e em Diadema, para viajar ao México e participar da posse da presidente eleita Claudia Sheinbaum.

Nesse sentido, a campanha psolista vê com naturalidade a mudança de agenda, uma vez que Lula está em um compromisso internacional representando o Brasil.

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