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Na Copa, 26% elevam consumo de água em São Paulo

Legado da Copa do Mundo foi negativo para o já crítico sistema hídrico paulista


	Medidor mostra o nível da água na represa de Jaguari, da Sabesp, próximo de Santa Isabel
 (Paulo Fridman/Bloomberg)

Medidor mostra o nível da água na represa de Jaguari, da Sabesp, próximo de Santa Isabel (Paulo Fridman/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 28 de julho de 2014 às 22h51.

São Paulo - O legado da Copa do Mundo foi negativo para o já crítico sistema hídrico paulista. Balanço apresentado nesta segunda-feira, 28, pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) mostra que 26% dos clientes da Região Metropolitana, ou 5,2 milhões de pessoas, aumentaram o consumo de água nas leituras feitas entre 15 de junho e 15 de julho, período no qual ocorreu o campeonato. 

No levantamento fechado do mês passado, 21% haviam elevado o gasto.

Com a queda na adesão ao programa de bônus da Sabesp na Grande São Paulo, o volume de água economizado no período de 30 dias caiu 38,5% na comparação entre os dois balanços, de 3,9 mil litros para 2,4 mil litros por segundo.

A diferença seria suficiente para abastecer 450 mil pessoas por um mês.

Embora algumas leituras do período tenham medido o consumo realizado na segunda quinzena de maio, a companhia informou que esse é o balanço que melhor retrata o impacto da Copa no gasto com água.

Na região atendida pelo Sistema Cantareira, que sofre a pior crise de estiagem da história, o saldo foi ainda pior. O número de clientes que aumentaram o consumo de água no período do Mundial subiu para 24% ante os 14% do levantamento anterior.

Na prática, o volume de água economizado caiu 29,6%, de 2,7 mil litros para 1,9 mil litros por segundo, índice que também é inferior ao registrado no mês de maio.

Os dados recentes indicam que cerca de 2,1 milhões de pessoas atendidas pelo Cantareira aumentaram o consumo de água no período da Copa.

Uma das regiões abastecidas pelo principal manancial paulista é o bairro boêmio de Vila Madalena, zona oeste da capital paulista, que chegou a receber 70 mil torcedores que acompanharam as partidas nos bares e nas ruas. Logo após o fim do evento, os estabelecimentos começaram a sofrer com falta d’água à noite e chegaram a substituir copos de vidro pelos de plástico para servir os clientes. Segundo a Sabesp os problema são pontuais e em locais que não têm caixa d’água grande.

Foco

Para o diretor metropolitano da companhia, Paulo Massato, o aumento do consumo de água durante a Copa está relacionado a três fatores: "Primeiro, numa pesquisa rápida que fizemos constatamos que não se falava nada além da Copa nesse período.

A própria imprensa reduziu a abordagem da crise do Cantareira.

Segundo, por causa dos jogos, muito gente não viajou nessas férias. As crianças ficaram em casa e, portanto, a economia foi menor. Além disso, tivemos altas temperaturas, atípicas para esse período, o que também faz aumentar o consumo de água."

O crescimento significativo do consumo coincide com a desistência, por parte do governador Geraldo Alckmin (PSDB), de aplicar multa para quem elevar o gasto com água.

A medida havia sido anunciada pelo governo em março, mas foi descartada no início deste mês, que também marcou o começo da campanha eleitoral.

No período, a Sabesp também suspendeu as campanhas na mídia de estímulo à economia por causa da restrição imposta pela legislação eleitoral.

Reserva

Em Diadema, no ABC paulista, Alckmin disse nesta segunda-feira que a Sabesp não pretende utilizar a segunda cota do volume morto do Cantareira.

Conforme o Estado revelou, a empresa pediu aos órgãos reguladores autorização para captar mais 116 bilhões de litros além dos 182 bilhões que já estão sendo retirados desde junho.

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