Em São Paulo, dois deputados estaduais - Itamar Borges (PMDB) e Roque Barbiere (PTB) (foto) - caíram na interceptação telefônica da Operação Fratelli (Divulgação/Alesp)
Da Redação
Publicado em 10 de abril de 2013 às 10h38.
São Paulo - Mutirão inédito contra a corrupção no País, deflagrado ontem (9) pelo Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas (Gncoc), agiu em 14 Estados e identificou o desvio de R$ 1,14 bilhão do Tesouro Nacional, atingindo políticos e empresários.
Em São Paulo, dois deputados estaduais - Itamar Borges (PMDB) e Roque Barbiere (PTB) - caíram na interceptação telefônica da Operação Fratelli, que integrou o mutirão e foi desencadeada na região de São José Rio Preto.
Os grampos apontam a proximidade de parlamentares com empresários em suposto esquema de fraudes com emendas parlamentares e desvio de verbas públicas, inclusive dos Ministérios das Cidades e do Turismo.
A pasta das Cidades informou, por intermédio da assessoria de imprensa, que pediu aos órgãos de controle informações sobre possíveis fraudes em convênios e licitações de obras em São Paulo e que tomará providências legais cabíveis, se necessário.
O Turismo, por sua vez, disse aguardar informações oficiais dos órgãos envolvidos na operação e ressaltou que as licitações oriundas de convênios é de responsabilidade dos Estados e municípios convenentes.
Foi uma resposta do Ministério Público à Proposta de Emenda à Constituição 37, que alija promotores e procuradores da investigação criminal.
"O Ministério Público está se mobilizando em todo o País e mobilizando acima de tudo a sociedade no sentido de mostrar que o que se deseja com a PEC 37, com a concentração das investigações num único órgão do Estado, a polícia, representará sem dúvida nenhuma, um retrocesso gigantesco para a persecução penal no País e para o combate à corrupção de maneira geral", declarou Roberto Gurgel, procurador-geral da República.
O mutirão foi deflagrado no dia nacional de combate à corrupção. O Gncoc integra o Conselho Nacional de procuradores-gerais e é formado por promotores e procuradores.
O aparato espetacular - 158 promotores de Justiça e procuradores da República, 1.300 policiais federais, civis e militares e auditores de Tribunais de Contas, Controladoria-Geral da União e Receita - saiu às ruas às 6 horas da manhã simultaneamente com a missão de prender 92 alvos, entre prefeitos, ex-prefeitos e secretários municipais, além de cumprir 337 mandados de buscas.