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Multidão enfrenta frio e chuva para saudar o papa

Multidão estimada em cerca de 1 milhão de pessoas lotou a praia de Copacabana para o maior evento até agora da Jornada Mundial de Juventude

Multidão assiste o papa Francisco na Festa da Acolhida, na orla de Copacabana (Fernando Frazão/ABr)

Multidão assiste o papa Francisco na Festa da Acolhida, na orla de Copacabana (Fernando Frazão/ABr)

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Da Redação

Publicado em 25 de julho de 2013 às 21h33.

Rio de Janeiro - Uma multidão estimada em cerca de 1 milhão de pessoas ignorou o frio e a chuva e lotou a praia de Copacabana nesta quinta-feira para receber o papa Francisco, no maior evento até agora da Jornada Mundial de Juventude.

"Vocês estão mostrando que a fé de vocês é mais forte que o frio e a chuva, parabéns", disse o papa à multidão, falando de improviso, em português. "Vocês são verdadeiros guerreiros, vejo em vocês a beleza do rosto jovem de Cristo, e meu coração se enche de alegria." No encerramento de um dia em que recebeu as chaves da cidade, visitou a favela de Varginha e teve um encontro com compatriotas argentinos, o pontífice percorreu a orla de Copacabana no papamóvel e emocionou uma multidão de fiéis, que desde a manhã o aguardava sob chuva e vento nas areias da praia.

"O frio não atrapalha porque viemos para cá para a JMJ e essa é a nossa prioridade, e não fazer turismo", disse a peregrina francesa Juliane Madec.

O Rio registou nesta quinta a temperatura máxima mais baixa do ano: 16,7 graus Celsius no centro da cidade, segundo o Climatempo. Desde 2004 não havia registro de uma temperatura máxima tão baixa.

Na primeira viagem internacional dese que assumiu o papado, Francisco não deixou de lembrar seu antecessor na chamada Festa de Acolhida dos Jovens. O pontífice pediu um forte aplauso e uma saudação especial do público ao papa emérito Bento 16, que tornou-se este ano o primeiro líder da Igreja a abrir mão do cargo em mais de 600 anos.

Com emoção, Francisco contou que antes de vir ao Brasil pediu a Bento que o acompanhasse em oração na viagem, e que o papa emérito prometeu rezar por ele e acompanhar a Jornada Mundial da Juventude pela televisão. Bento deveria presidir a JMJ, mas renunciou, em fevereiro, alegando que não tinha mais condições para chefiar a Igreja.


"Agradecemos a ele de todo o coração, e a ele, que nos convocou hoje aqui, enviamos uma saudação e um forte aplauso", disse o papa, que também pediu um instante de silêncio em homenagem a uma jovem que morreu num acidente rodoviário na Guiana Francesa antes de embarcar com um grupo de peregrinos para a JMJ.

"Bote Cristo na vida"

Assim como já havia feito em outros eventos desde que desembarcou no Brasil, na segunda-feira, para presidir as celebrações da Jornada Mundial da Juventude, o papa aproximou-se dos fiéis durante a trajeto percorrido de papamóvel, de cerca de três quilometros, abençoando crianças e recebendo presentes.

Em um determinado momento do trajeto, o papa recebeu uma cuia de chimarrão e não hesitou em beber. Francisco também trocou seu solidéu com um fiel, tirando o que estava na sua cabeça e colocando o do homem.

"Os cariocas sabem receber bem", disse o papa, que fez um agradecimento às autoridades brasileiras e aos líderes da Igreja Católica no Brasil pela organização da JMJ.

No enorme palco montado sobre a areia da praia de Copacabana para o evento, o papa abençoou separadamente um jovem de cada continente e viu apresentações musicais e de dança representando as regiões brasileiras.

Em seu discurso, o pontífice voltou a dirigir-se especificamente aos jovens, fazendo um alerta para não se iludirem com a "embriaguez, a ilusão de ser feliz" que o dinheiro pode proporcionar, e a buscar a fé.

"Bote Cristo na sua vida, deposite nele a sua confiança e você nunca se decepcionará", disse o papa.

A Jornada Mundial da Juventude que acontece até domingo no Rio é um esforço do Vaticano para inspirar os católicos, num momento em que denominações evangélicas, o secularismo e escândalos financeiros e sexuais têm levado muitos a abandonar a Igreja Católica.

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